O Homem Perante a Consciência
O nascimento da consciência se opera mediante a conjunção dos contrários, em todo um trabalho de individuação. O homem deve adquirir conhecimento para elevar-se do ser bruto, e não lhe bastará conhecer, mas também viver a experiência de ser o objeto conhecido. Indispensável, nesse jogo de conhecer sendo conhecido, que não se crie uma dependência em relação à pessoa que conhece.
Encontrando o sofrimento o homem tem o dever de identificar as suas causas. Egoísmo, apego, imaturidade psicológica, que apresentam-se em destaque o medo, o ciúme, a ira. Devem ser tratadas com carinho, porém com disciplina.
Impõe-se o trabalho de condicionar a mente à necessidade de harmonia, recorrendo à meditação em torno das finalidades altruísticas da vida, disciplinando a vontade, exercitando a tranquilidade diante dos acontecimentos que não podem ser evitados. Enfrentar, portanto, o sofrimento, sem válvulas escapistas, é uma atitude saudável. Também resulta de uma disposição consciente para o homem enfrentar-se desnudado. O sofrimento faz parte do mecanismo de evolução na Terra. A superação do sofrimento é, sem dúvida, o grave desafio da existência humana, a que todos cumpre conseguir.
A coragem é fator decisivo, e para hauri-la, basta o interesse consciente e duradouro em favor da aquisição da felicidade. A ausência de aspirações nobres resulta da morte de ideais, provocada pela indiferença da vida.
Fases da Terapia Liberativa:
a) Considerar todos os indivíduos como dignos de serem amados e tomar por modelo alguém que o ama e se lhe dedica, por isto mesmo credor de receber todo o afeto.
O ato de ver bem as demais pessoas torna-se um hábito terapêutico.
b) Identificar e estimular traços de bondade do caráter alheio.
Em todo sentimento existem terras férteis para a bondade. A maldade revela pessoas que necessitam de ajuda, em vez de reproche.
c) Aplicar a compaixão quando agradido.
A compaixão dinâmica é aquela que vai além da piedade, buscando ajudar o infrator.
d) O amor deve ser uma constante na existência do homem.
É o antidoto mais eficaz contra quaisquer males. Age nas causas. Puro expressa, ao lado da sabedoria, a mais relevante conquista humana.
Meditação e ação. O amadurecimento resulta de uma disposição consciente para meditar, evitando o emprego de largos períodos que se transformam em ato constrangedor e aborrecido. Através de uma concentração analítica, o neófito examina as suas carências e problemas, os seus defeitos e as soluções que poderá dispor para aplicar-se. Estudando um problema de cada vez, surge a clara solução com proposta liberativa que deve ser aplicada sem pressa, com naturalidade.
Passando por regular período de alguns anos, por exemplo, a avaliação patenteará os resultados. Quais as conquistas obtidas? De que se libertou? Quantas aquisições de instrumentação para o equilíbrio? Estas questões se revestem de magna significação, por atestarem o progresso emocional logrado, dispondo a mais amplos experimentos.
A meditação, portanto, não deve ser um imposto, porém um prazer conquistado. A meditação abre lugar à ação. A ação consolida as disposições comportamentais do indivíduo, ora impregnado pelo idealismo de crescimento emocional. A ação é o coroamento das disposições íntimas, a materialização do pensamento nas expressões da forma. O ato de meditar deve ser sucedido pela experiência do viver e agir.
Essa transformação processa-se lentamente, e ele se dá conta só após vencidas as etapas da incerteza e do treinamento. Assim, o importante e essencial é dominar a mente, adquirindo o hábito de ser bom.
O Futuro do Homem
Numa análise profunda, o homem teme a morte porque receia a vida. Para fugir, mergulha na embriaguez dos sentidos consumidores e das emoções perturbadoras.
Trecho do livro " O Homem Integral ", de Joanna de Angellis, psicografado por Divaldo Franco.
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