sexta-feira, 28 de junho de 2013

O abismo entre os chamados "1%" e o restante da sociedade

Comentário ao post "A chance de se implantar a democracia digital"

Gostaria de ampliar a bela análise de Nassif na sua procura de entender os futuros da sociedade, com base na seguinte passagem do texto:

"Então, haverá desafio para estadista nenhum botar defeito. Quem entender os novos tempos, se consagrará; quem não entender, estará fora do jogo."

Primeiramente é preciso pontuar que o que ocorreu no Brasil não é uma característica apenas interna. Ela é percebida em todo o mundo,  e não é recente como pode parecer.

Desde Thatcher e Reagan que um abismo entre os chamados 1% e o restante da sociedade vem lentamente se formando.

A concentração que o modelo favorece e impulsiona, além de ter aumentado entre as classes, tem feito com que os maiores comecem a devorar outros grandes.

Dito isso, então vem a pergunta central baseada na passagem do artigo que destaquei;

Qual o novo tempo?

Esse questionamento para mim reflete a gravidade do momento atual, onde há uma nítida queda de braço entre o 1% e os 99%.

Se por um lado o 1% detêm toda a cadeia de informação, domina governos e os congressos nacionais submetendo-os aos seus interesses pela necessidade de financiamentos de campanha cada vez mais caros, por outro lado começa a se insurgir a grande massa formada pelos 99%.

Não adianta tentar entender este mundo pós moderno com a utilização de conceitos envelhecidos como o de classe média (que estaria entre a alta e a baixa) quando é clara a divisão entre o 1% de um lado e os outros 99% do outro.

Também não conseguiremos entender a vida política limitada ao conceito de partidos políticos quando estes quando alcançam o poder atendem praticamente aos mesmos interesses, já que os patrocinadores são basicamente os mesmos para os grande partidos, e que se diferiam apenas em medidas concedidas pelos 1% para a grande massa se mantenha inerte e conformada.

Por isso transformações não são conseguidas nas grandes crises atuais principalmente da UE, onde as medidas tomadas são sempre em função de causar menos danos aos 1%, mesmo que os que estão entre os 99% percam as suas mínimas condições de existência digna.

Por isso no Brasil, apesar dos grandes avanços sociais, não conseguimos quebrar o conceito de "casa grande e senzala", fantástica definição brasileira antiga e que reflete com perfeição o 1% de um lado e 99% do outro, conceito bem mais recente.

Para concluir, os novos tempos se darão na definição de quem vencerá na queda de braço entre os 1% e os 99%.

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