sexta-feira, 28 de junho de 2013

Para onde caminhará o Movimento do Passe Livre.

A direita é especialíssima em tirar proveito próprio de movimentos alheios. E não precisaria ir tão longe, apenas para citar que o golpe militar veio com o lema de trazer a democracia para o Brasil, assim como as invasões americanas são do mesmo jeito "justificadas".

Mas, não é pela especialidade manipuladora de fatos e verdades da direita, a qual a mídia representa, que devemos nos amordaçar, e também é assim que vejo o Movimento do Passe Livre estar sendo apropriado por eles, em benefício próprio.
Como antídoto a esta condição está a função da política, dos que não contam com este apoio, de não deixar brechas, não permitir o vácuo por que eles serão preenchidos pelos oportunistas.

O objetivo do movimento foi claro, e estavam situados em duas frentes. Uma delas o cancelamento do aumento das tarifas, a outra o preço zero das passagens, projeto concebido pelo PT no governo Erundina, mas que não teve aprovação na câmara de vereadores. Esse movimento já tem vários anos.

Não acredito na manipulação de jovens, sequer consigo manipular a minha folha que tem 15 anos.
Essa juventude nasceu com total liberdade a partir da própria educação familiar, os seus amigos já não são os filhos dos amigos dos pais, os vizinhos de ruas, eles escolheram os seus próprios brinquedos, e escolhem nas redes os seus próprios amigos, e desta forma a manipulação de suas ideias se torna algo muito menos provável.

Não pensem que neles há uma aversão à política, a indiferença que sentem é na forma atual, tradicional, dela. Eles têm ideias próprias, bem sedimentadas, basta conversar com os nossos filhos ou netos para perceber esta condição.

A influência da grande mídia é quase inexistente, eles não assistem jornais ou novelas, não leem a Folha ou a revista Veja, a suas fontes de informações são outras e estão muito mais próximas, não das teorias, dos seus modos de vidas, suas experiências e sensações.

O filósofo e educador canadense, Herbert Marshall McLuhan, preconizava essas mudanças ao afirmar:

"O meio é a mensagem"

Onde o meio molda e controla a forma das relações e atividades humanas, e onde a  mensagem traduz-se pela mudança de escala que introduz no cotidiano humano.

O meio não se limita aos meios de comunicação, mas abrange todo instrumento que sirva de extensão de uma capacidade humana. O meio atual não é mais a grande imprensa é a internet e suas redes.
McLuhan, afirmava ainda:

1) "Cada nova tecnologia traz transformações sociais, culturais, políticas e de civilização".
2) "Meios geram ambientes que moldam os tipos de sociedades e as formas de vida, com consequências profundas no homem. É por isso que o meio é a mensagem"
3) "Enquanto a imprensa nos destribalizou, os meios eletrônicos estão retribalizando-nos. Os meios eletrônicos estão reconstruindo uma tradição oral, pondo todos os nossos sentidos em jogo. O que nos afasta da visão linear e sequencial do paradigma da imprensa."

A falta de comunicação clara, eficaz, e diária, do governo, bem como a lentidão da implementação de uma política social mais abrangente, são os principais motivos do movimento já ter se alastrado para uma condição de não retorno.
Esconder, minimizar, ou culpar os adversários não solucionará os problemas, não só do movimento em si, como da objetividade da direita tirar as casquinhas em proveito próprio.

O movimento, nesta fase em que muitos estão tirando a lasquinha, apenas expressa o que está acontecendo nas redes, sobretudo no facebook, e por lá a situação está bem pior do o que vimos recentemente nas ruas.

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