Meditação pelo Despertar Planetário
Carlos Cardoso Aveline
À esquerda, o antigo Atlas mitológico, para quem a responsabilidade
pelo mundo era um castigo. Do século 21 em diante, sentir-se responsável
pelo planeta já pode ser uma satisfação, conforme sugere a imagem à direita.
“Tudo o que somos é resultado do que pensamos no
passado. Tudo o que somos se baseia em nossos pensamentos
e é formado por nossos pensamentos. Se alguém fala ou age com
pensamento puro, a felicidade o acompanha assim como sua
própria sombra, que nunca se afasta dele.”
(“O Dhammapada” budista, Capítulo 1, Versículo 2)
“Pede, e te será dado; busca, e acharás; bate à porta - e a porta se abrirá.”
(Novo Testamento cristão, Mateus, 7:7)
A visualização a seguir desenvolve a
potencialidade superior do ser humano, destrói circuitos fechados de
emoções negativas e abre espaço para uma regeneração cultural. Como
meditação e como ação criadora, ela devolve ao cidadão a consciência de
que os seus pensamentos criam o futuro, individual e coletivo.
A respeito da lei da natureza em que esta meditação se baseia, cabe refletir sobre a seguinte afirmação de Helena Blavatsky:
“Havendo uma certa intensidade da
vontade, as formas criadas pela mente se tornam subjetivas. Alucinações,
elas são chamadas, embora para o seu criador elas sejam tão reais
quanto qualquer objeto visível é para qualquer outro. Existindo uma
concentração mais intensa e mais inteligente desta vontade, a forma se
tornará concreta, visível, objetiva; o homem terá então aprendido o
segredo dos segredos; ele se tornou um MÁGICO.” [1]
Na mesma obra, a teosofista russa acrescentou:
“Quando a psicologia e a fisiologia
se tornarem dignas do nome de ciências, os ocidentais se convencerão da
força misteriosa e formidável que existe na vontade e na imaginação
humanas, sejam elas exercidas de modo consciente ou não. E, no entanto, é
extremamente fácil compreender o espíritodeste poder. Basta
lembrar do grande axioma segundo o qual cada átomo da natureza, por mais
insignificante que pareça, é movido pelo espírito, que é um só em sua essência, e do qual cada partícula representa o todo; e que a matéria, afinal de contas, é apenas uma cópia concreta da ideia abstrata.” [2]
Em “A Doutrina Secreta”, ao citar alguns parágrafos de Subba Row, H. P. B. escreveu sobre -
“.... O misterioso poder do
pensamento, que pode produzir resultados externos, perceptíveis, no
plano dos fenômenos, a partir da sua própria energia inerente. Os
antigos afirmavam que qualquer ideia se manifestará externamente se a
atenção do indivíduo estiver profundamente concentrada nela. Do mesmo
modo, uma intensa vontade produzirá o resultado desejado.” [3]
O movimento teosófico moderno foi
fundado como um projeto de longo prazo. Sua meta é evocar e tornar
ativas em nossa humanidade as potencialidades mais elevadas da sua
natureza, de modo que novas e melhores civilizações possam finalmente
emergir. Por este motivo, encontramos nas Cartas dos Mahatmas as
seguintes linhas escritas por um Mestre:
“...Estamos contentes de continuar
vivendo como o fazemos, desconhecidos e imperturbados por uma
civilização que se apóia tão exclusivamente no intelecto. Nem nos
sentimos, de modo algum, preocupados com o ressurgimento de nossas
antigas artes e elevada civilização, porque elas certamente ressurgirão
no momento certo, e de forma ainda mais elevada, assim como os
plesiossauros e megatérios em seu próprio tempo. Temos tendência a crer
em ciclos que voltam sempre periodicamente e esperamos poder acelerar a
ressurreição do que já passou e se foi. Nós não poderíamos impedi-lo
ainda que o quiséssemos. A ‘nova civilização’ será apenas filha da
antiga, e nos basta deixar que a lei eterna siga o seu próprio curso
para que os nossos mortos saiam dos seus sepulcros; mas estamos
certamente ansiosos por acelerar o desejado acontecimento.” [4]
Os Mestres e seus discípulos estão,
portanto, profundamente interessados em acelerar o surgimento de uma
nova civilização, que será apenas filha da antiga, e que corresponderá a
um renascimento da sabedoria e das civilizações antigas. Na mesma linha
de raciocínio, na frase que conclui seu livro “A Chave Para a
Teosofia”, H. P. Blavatsky previu que, se o movimento teosófico cumprir
corretamente o seu dever - “a Terra será como um céu, no século 21”.
Ainda há tempo para isso. A relação
correta entre “céu” e “terra”, ou consciência celeste e consciência
humana, é um item decisivo na agenda do movimento teosófico do século 21
e além. O próximo passo da evolução humana é o uso eficiente da energia
mental por parte dos seus indivíduos, de modo a alcançar metas nobres e
corretas, isto é, benéficas para todos. Este não é um sonho vago. O
projeto constitui uma necessidade histórica a ser cumprida gradualmente e
completada no tempo certo, de acordo com a Lei do Carma. Cada cidadão
pode decidir transformar-se em um centro ativo desta revolução
silenciosa. Um Mahatma dos Himalaias explicou:
“O cérebro humano é um gerador
inesgotável, e da melhor qualidade, que produz força cósmica a partir da
energia baixa e bruta da Natureza; e o adepto completo tornou-se um
centro do qual se irradiam potencialidades que geram correlações e mais
correlações durante épocas sem fim do tempo que virá. Esta é a chave do
mistério pelo qual ele é capaz de projetar no mundo e materializar nele
as formas que sua imaginação construiu a partir da matéria cósmica no
mundo invisível. O adepto não cria qualquer coisa nova, apenas utiliza e
manipula materiais que a Natureza apresenta ao redor dele, material que
durante todas as eternidades passou por todas as formas. Ele tem apenas
que escolher aquela que deseja e dar-lhe existência objetiva.” [5]
Poucos parágrafos adiante, o Mestre expandiu a ideia:
“...Cada pensamento do homem, ao
ser produzido, passa ao mundo interno e se torna uma entidade ativa
associando-se - amalgamando-se, poderíamos dizer - com um elemental,
isto é, com uma das forças semi-inteligentes dos reinos. Ele sobrevive
como inteligência ativa - uma criatura gerada pela mente - por um
período mais curto ou mais longo, proporcionalmente à intensidade da
ação cerebral que o gerou. Desse modo um bom pensamento é perpetuado
como força ativa e benéfica, um mau pensamento como demônio maléfico.
Assim, o homem está constantemente ocupando sua corrente no espaço com
seu próprio mundo, um mundo povoado com a prole de suas fantasias,
desejos, impulsos e paixões; uma corrente que reage sobre qualquer
organização sensível ou nervosa que entre em contato com ela na
proporção da sua intensidade dinâmica. A isto os budistas chamam
“Skandha”. Os hindus lhe dão o nome de “Carma”. O adepto produz essas
formas conscientemente; os outros homens as atiram fora
inconscientemente.” [6]
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