O oposto da hipótese de empatia-altruísmo é a teoria da troca social. Essa abordagem captura uma visão que era defendida com frequência, e que diz que o altruísmo só aparece quando os benefícios superam os custos. Ou seja, para muitos o altruísmo não existe porque, no fundo, a pessoa sempre espera “receber algo em troca”. Existe um componente egoísta.
No entanto, o psicólogo social Daniel Batson discordou dessa crença. Na verdade, em 1988 ele fez um artigo de pesquisa em que analisou cinco estudos sobre altruísmo. Em todos eles, sua hipótese de empatia-altruísmo foi validada. A emoção empática evoca uma motivação altruísta, portanto, o ser humano nem sempre espera uma recompensa quando usa a generosidade.
Essa conclusão realmente corresponde ao que outras figuras de grande nome já nos disseram no passado. Sentir empatia era para Charles Darwin ou para os filósofos David Hume e Adam Smith a própria base dos comportamentos altruístas.
A hipótese de empatia-altruísmo pode estar relacionada a um sentimento de angústia
Esses dados ainda são interessantes. Freqüentemente ajudamos os outros porque aquele sofrimento, angústia ou dor emocional se reflete em nós – reconhecemos em um nível emocional, e não apenas cognitivamente, que o outro se sente mal. Assim, a empatia deixa em nós aquele substrato de desconforto quando sentimos as necessidades e sofrimentos dos outros como nossos.
Desse modo, a hipótese de empatia-altruísmo também assume essa complexa realidade emocional. Embora seja verdade que quase sempre agimos de forma espontânea quando buscamos o bem-estar do outro, também o fazemos para aliviar o desconforto alheio e o nosso.
Da mesma forma, quando verificamos que aquela pessoa se sente melhor com nossa ajuda, também temos empatia com seu bem-estar. Ou seja, surge um feedback emocional muito intenso.
“A infância da raça humana está longe de terminar. Temos um longo caminho a percorrer antes que a maioria das pessoas compreenda que o que fazem pelos outros é tão importante para o seu bem-estar quanto o que fazem por si mesmas. “-
William T. Powers-
O altruísmo beneficia a todos nós, o egoísmo nos isola
Boas ações não ajudam apenas os outros e criam ambientes sociais mais amáveis. Todos nós ganhamos com comportamentos altruístas: eles melhoram nosso autoconceito e esclarecem a hierarquia de nossa escala de valores. Nesse contexto, é mais fácil para o genuíno prevalecer sobre o superficial e para nós sermos capazes de formar vínculos mais significativos.
Em contraste, atitudes individualistas, egoístas e narcisistas geram hostilidade e desconfiança. Quem não tem empatia com as necessidades dos outros, age contra a própria essência de quem somos: criaturas sociais orientadas para a conexão.
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