sexta-feira, 2 de março de 2018

Cordial e macunaímico, um povo louco

O debate sobre o Brasil, nacionalismo, patriotismo, pode ser levado à sério

De logo a pergunta central, derrubou-se o governo Dilma, por que, ou para que, mesmo?   

Uma boa dica para responder a essa pergunta é ler o documento de Temer, intitulado "Ponte para o Futuro", divulgado ainda antes do impeachment e, comparativamente, as ações do seu governo.

No meu entendimento, há dois grupos, e unicamente dois grupos, com ideias matriciais, que abarcam todas as outras.

Um grupo é o da ideologia pró-mercado, totalmente aberto à livre circulação de capital, o "laiser-faire, laiser-passer".
O outro grupo é o que entende que um país em formação da sua democracia, procurando estabelecer uma economia sólida, tem que intervir fortemente na economia, determinando projetos de médio e longo prazos para que o país cresça de forma equilibrada e sustentável, levando desenvolvimento para diversas regiões do país, nos moldes do "new deal" e da "social democracia europeia", que alavancaram a democracia daqueles países.

A pergunta seguinte é: - quais partidos políticos brasileiros defendem uma ou outra das posições econômicas descritas acima?

Tenho a minha resposta para o questionamento acima, mas não a expressarei para permitir o seu livre raciocínio e conclusões próprias.

Apenas gostaria de incluir - e aqui é sobre a minha dúvida se vale a pena o debate como expressado lá no primeiro parágrafo - que muitos, exatamente para não tornar possível o debate, afirmam que no séc. XXI já não cabe mais a divisão das correntes  acima. Neste caso, então, tornam-se inócuas, por aqui, as preocupações com patriotismo e nacionalismo.

O "mercado", como propõe o neoliberalismo, não combina com patriotismo e nacionalismo. No entanto, em sentido exatamente oposto, as populações não abrem mão destas características, como observada na votação do Brexit inglês, política de restrição à livre movimentação de pessoas, de empresas e de mercadorias e no discurso de proteção à economia americana e suas empresas nacionais, carregados de nacionalismo e patriotismo que levou Trump à vitória.

No Brasil, a nossa "vanguarda do atraso" repete ideias econômicas já descartadas pelas duas maiores potências econômicas do mundo e pelos países que mais crescem na atualidade.

Ainda sobre as duas correntes políticas, apenas para lembrar aos incautos, que os países que mais crescem na atualidade todos têm forte intervenção e proteção do Estado (China e Índia); que os Estados Unidos (sua economia já bastante sólida) sairam do seu crash de 2008 com forte intervenção do Estado, assim como ocorreu no "New Dial".

O "mercado", o capital, não tem preocupação com nacionalismo e nem com patriotismo, a sua preocupação exclusiva é o lucro. Eles migram a qualquer momento assim que outro país lhe ofereça condição melhor, ou que já tenha sugado todos recursos do país. Quer saber o que realmente isso representa para um território geográfico e a sua população?
Basta, por exemplo, pesquisar sobre a cidade americana de Detroit outrora milionária, quando por lá foi conveniente se manter as indústrias, e a situação de hoje como "cidade fantasma".

Ao respondermos os questionamentos acima, talvez entendamos os estudiosos por terem definido o povo brasileiro, como:
- um povo cordial (que age com o coração) desprovido de razão;
- um povo macunaímico (inconsequente, desprovido de caráter);
Acho que vou pegar emprestado do escritor Erasmo de Roterdã outra característica;
- um povo louco.

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