Um dos frutos podres da globalização foi a separação entre poder e política.
Essa separação foi conseguida pelo maquiavélico bombardeio diário feito pela imprensa a mando do mercado contra tudo o que fosse relacionado com a política.
A ideia era tornar o Estado enfraquecido para o subsequente abandono de suas funções tradicionais. A forte concentração de renda inerente à globalização fez com que o domínio do capital vergasse o Estado ao poder do chamado "mercado".
Essa foi a maneira mais fácil que o neoliberalismo da Escola de Chicago encontrou para submeter povos e países periféricos para que estes não encontrarem os seus próprios caminhos para o desenvolvimento com independência.
A desmoralização do Estado pelo bombardeio midiático levou ao desmantelamento das suas funções básicas. No caso do Brasil, a desconstrução da qualidade das escolas públicas foi o mecanismo criminoso para impedir a livre competição entre as classes mais abastadas e as de menos poder econômico.
Com o sucateamento das escolas públicas, a classe média migrou seus filhos para as escolas particulares de muito mais qualidade e com isso garantia o acesso de seus filhos às Universidades.
Desse fruto podre, aumentou - se em muito a dificuldade de acesso dos mais pobres às universidades e com isso veio a recrudescer o abismo social no país.
Com essa ação intencional de manter a nossa formação social na base de castas, ficava garantido uma mão de obra de baixa qualificação e consequentemente muito barata. O que não se previu, foi que com tantos excluídos, esta segregação, faria a divisão territorial e a formação de guetos, que nos colocaria uma insegurança recorde no mundo.
Assim, o lado perverso (como magistralmente demonstrou Milton Santos) da Globalização manteve os países periféricos sob dependência - cada vez maior, pelas novas tecnologias dos países centrais, impedindo o desenvolvimento.
A falta de desenvolvimento e a segregação impedem que a população exerça a cidadania. Sem cidadania não se forma um Estado-Nação.
Essa condição cultural mantém o país preso a sua estrutura arcaica, de modelo colonialista, de produção de matéria-prima. Por isso, nos mantivemos como um país primitivamente fornecedor de commodities, com o abismo necessário entre as classes, típico da Casa Grande e Senzala para manter a mão de obra barata - produtos sem valor agregado implicam mão-de-obra sem valor agregado.
O papel da mídia nos recentes episódios da vida brasileira explica a necessidade do mercado/globalização colocar no governo presidente que reforçasse a entrega de nossas riquezas às empresas estrangeiras, como é o caso da exploração do petróleo, e o desmantelamento das empresas nacionais referências, as empreiteiras brasileiras.
No caminho traçado pelos interesses dos que levaram Temer ao poder, estava a manutenção do sucateamento da educação, por isso tanto cortes nas verbas da educação, além de terem revogado a legislação que destinava verbas da exploração do petróleo para a educação pública, que faria o Brasil reverter s altíssima dependência do ensino fundamental e básico ao dinheiro privado familiar.
Todo este desmonte é com o objetivo de manter o padrão colonialista da nossa economia, a condição Casa Grande e Senzala da nossa estrutura social e a forma oligárquica e patriarcal da política.
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