Um aspecto essencial do conhecimento social é entender como ele é construído. As pessoas, ao observar o funcionamento do mundo, constroem representações ou modelos que explicam o que percebemos. Isso nos serve para dar um sentido ao que acontece fora de nós e para criar modelos próprios, muito úteis como quadro de ação.
Na verdade, as representações tornam possível antecipar o que vai acontecer e agir em consequência disso. É simples deduzir o grande valor que tem a nossa capacidade de criar e ajustar modelos válidos.
Um aspecto fundamental da espécie humana é seu ambiente social. Graças à vida em sociedade pudemos nos adaptar a um ambiente hostil, apesar das deficiências naturais do ser humano. Por isso, é lógico pensar que devemos ter um grande repertório de modelos sociais que nos permita saber como agir no nosso dia a dia no contexto social.
Dentro dessas representações ou modelos da sociedade, que é o que se denomina conhecimento social na psicologia, podemos encontrar três grandes categorias:
- O conhecimento dos outros e de si mesmo.
Através da experiência com os outros vamos criando modelos que nos permitem conhecer as pessoas e a nós mesmos. Conhecer a mente dos outros, ou seja, saber como pensam, nos ajuda a prever suas ações. Os estudos sobre a chamada “teoria da mente” podem se enquadrar nessa categoria.
- o conhecimento moral e convencional.
O indivíduo vai assimilando as regras ou normas que regulam as relações que tem com os outros. Conhecê-las permite se adaptar à comunidade e conviver com os outros. Nesse sentido, o psicólogo Lawrence Kohlberg estudou o desenvolvimento da moral no ser humano.
- O conhecimento das instituições.
Um aspecto essencial do conhecimento social é entender os papéis que as pessoas ocupam dentro de uma sociedade. Aqui falamos das representações que temos sobre como se comporta um comerciante, um chefe, um representante político, etc. Isso nos ajuda a realizar qualquer ato social sem necessidade de saber como é a pessoa com a qual estamos lidando, devido ao fato de que sabemos o papel que ela deve desempenhar.
Uma tentativa de entender como estão compostos os fenômenos sociais é o que nos propõe o filósofo John Searle. Para explicar as representações sobre o mundo social, ele nos apresenta três elementos:
(a) as regras constitutivas, (b) a atribuição de funções e (c) a intencionalidade coletiva.
Assim como um jogo é composto por regras, Searle afirma que as instituições também são. E a importância dessas normas é que sem elas não poderiam existir nem os jogos nem as instituições.
Por exemplo, para jogar xadrez há um regulamento que nos diz o que podemos e o que não podemos fazer. Se essas normas não existissem, o jogo não teria sentido algum. Pois a mesma coisa acontece com as nossas instituições. Elas existem na medida em que dizemos que existem.
E por fim, é importante entender o papel que a intencionalidade coletiva desempenha. Esta significa a tentativa do ser humano de compartilhar crenças, desejos e intenções, o que nos permite agir dentro de um contexto no qual a cooperação é possível, conseguindo, assim, conviver em uma sociedade adaptativa e segura para todos os indivíduos.
O conhecimento social nos ajuda a entender e saber como agir dentro da sociedade. Seu estudo tem grande valor agregado e nos permite agir em muitos níveis. Por exemplo, no que tange à educação, entender isso serve para saber quais modelos ou medidas pedagógicas devemos tomar na hora de criar uma sociedade mais justa e cooperativa.
Do site http://amenteemaravilhosa.com.br/.
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