terça-feira, 21 de novembro de 2017

Labirinto

Labirinto
Espírito adentro

Sei de cor certos caminhos,
De tanto já feitos.
Percorro-os diário como itinerário de mim ao externo:
Eu e meus conceitos.

Contudo,
Há certas picadas,
Trilhas apagadas, indícios
Me seduzindo o raciocínio a âmbitos somente suspeitos,
Como houvesse uma floresta virgem em minha inteligência,
Composta dum espectro amorfo do que não entendo
[de mim e da realidade por inteiro],
Ficando sempre ali, a distância,
Com sua massa intuída de relevância.

Há uma infinidade dessas brenhas assim,
Selvagens em mim.
Enfeitiçam-me um convite à investigação solitária,
Prometendo êxtase e desespero simultâneos,
Como transpusessem a uma civilização máxima no subterrâneo da mente,
Onde se esconde a verdade mais abrangente.

Quando as trilho, como agora,
Atento a tudo, tudo aflora,
Exigido a operar conjuntos os meus sentidos todos,
Em meio a mais alguns fenômenos obscuros,
Confluindo a um compreender nunca tão amplo, intrínseco e uno,
Mesmo que fugidio.
É enquanto expando ao impossível meu território subjetivo,
Existindo à maravilha.

Chamo a este âmbito-fenômeno que minha consciência vivencia:
Poesia.

Adriano Dias

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