O Estado totalitário adota a violência para subjulgar o indivíduo e ter o controle sobre a vida dos cidadãos. Estamos entrando perigosamente em um novo período de institucionalização da violência.
Repressão com truculência, aprovação de leis draconianas, julgamentos direcionados que produzem insegurança jurídica. O poder representando interesses contrários daqueles escolhidos nas urnas. O Estado atuando mais como um inimigo do cidadão comum do que convergindo interesses opostos. Estamos passando por uma série de desvios que tem provocado o abalo na vida cotidiana da sociedade.
Como consequência estamos perdendo nossos referenciais e uma série de crises se sucedem, tanto nas áreas política e econômica, como na social, sobretudo voltado aos valores e as relações pessoais.
Por outro lado, a sociedade que lutou por um modelo de liberalidade, agora vê o crescimento da insegurança e o aumento das revoltas, como consequência do desenvolvimento econômico desequilibrado com seus graves efeitos no social e provocando a desordem política.
O risco da perda dos referenciais é a desorganização das expressões da contestação ao sistema vigente. A rebeldia sem lideranças, é pior do que um barril de pólvora, é como um carro desgovernado cheio de explosivos.
A falta de lideranças nos diversos segmentos da sociedade impede um mínimo de ordem que possa restabelecer um diálogo para a adoção de políticas que mantenham seus cidadãos em segurança.
Isso torna o Estado uma nau sem rumo, com perda de todos o instrumentos de equilíbrio democráticos - os pesos e contrapesos - apta de criar o seu próprio tipo de violência (institucional), reprimindo, retalhando e cassando direitos de seus oponentes e mesmo dos simpatizantes que ousem divergir.
Se em uma sociedade desorganizada o encarceramento pode ser a principal forma para manter a ordem e a seguridade das populações, a perseguição política aos representantes se torna uma constante para abafar as vozes discordantes.
É histórico que as tentativas de reordenar o indivíduo usando da violência, bem como tentar calar a política, só traz o aumento da rebeldia.
O Estado falha, e a nação agoniza, quando:
1) o território deixa de ser um lugar de segurança e passa a apresentar características de ameaça,
2) a relação entre Estado e população passa a ser de desconfiança, perigo e instabilidade,
3) o poder judiciário deixa de ser protetor da sociedade e passa a representar um ente ameaçador,
4) o poder legislativo deixa de representar todos os segmentos e passa a legislar para os interesses do mercado,
5) o poder executivo só c consegue atuar comprando o legislativo,
6) a imprensa é hegemônica e não cobre com isenção os acontecimentos do país,
7) a população confere índices altíssimos de rejeição a todos os políticos,
8) o índice de confiança das pessoas em todas as instituições, sem excessões, é muito baixa.
Nestas condições o Estado perde a sua função de ser o conjunto institucional da nação. A nação sem o Estado se torna um conjunto desordenado de pessoas, há a perda de referenciais.
Sem aglutinação dos indivíduos em busca da organização coletiva não é possível a formação da cidadania. Sem cidadania não há nação, sem nação não há Estado.
Nos tornamos um aglomerado de indivíduos bestiais, sem pontos possíveis de convergência de interesses opostos. Um balaio de gatos, de cada um por si. O mercado captura o poder e sob a sua égide submete o legislativo, o executivo e o judiciário; a trilogia do caos.
Sugiro que o congresso altere o Artigo 1°, em seu Parágrafo Primeiro, pagando a ser:
O Parágrafo Primeiro, do Art. 1° passa a ter a seguinte redação:
"Todo poder emana do Mercado que o exerce diretamente através dos seus CEO's empossados no Banco Central e no Ministério da Fazenda, ou através de seus representantes, eleitos pelo povo, no Congresso Nacional e na Presidência da República"
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