A perda moderna da fé, que não diz respeito apenas à Deus e ao além, mas à própria realidade, torna a vida humana radicalmente transitória. Jamais foi tão transitória como hoje. Radicalmente transitória não apenas a vida humana, mas igualmente o mundo como tal. Nada promete duração e subsistência.
Frente a essa falta do Ser surgem nervosismos e inquietações. O Eu pós-moderno está totalmente isolado.
Mais desnuda que a vida do "homo sacer" é a vida hoje. "Homo sacer" é originalmente alguém que foi excluído da sociedade em virtude de um delito. Ele poder ser morto, sem que o autor seja penalizado por isso, como os judeus nos campos de concentração, os prisioneiros de Guantânamo, ou os doentes em estado terminal Bass UTI's.
Se a sociedade pós-moderna do desempenho reduz a todos nós como vida desnuda, então não apenas as pessoas que estão à margem da sociedade ou as pessoas em situações excepcionais, portanto não apenas dos excluídos, mas todos nós, indistintamente somos "homines sacri".
Precisamente frente à vida desnuda, que acabou se tornando radicalmente transitória, reagimos com hiperatividade, com histeria. Também o aceleramento de hoje tem muito a ver com a carência do ser. A sociedade do trabalho e a sociedade do desempenho não são uma sociedade livre.
Trecho extraído do livro "Sociedade do Cansaço", de Byung-Chul Han
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