sábado, 21 de janeiro de 2017

Matrix e a Pós -Verdade

Adjetivo diz respeito a circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos importância do que crenças pessoais

A palavra é usada por quem avalia que a verdade está perdendo importância no debate político. Por exemplo: o boato amplamente divulgado de que o Papa Francisco apoiava a candidatura de Donald Trump não vale menos do que as fontes confiáveis que negaram esta história.

É um caso típico de aplicação da teoria da “cognição preguiçosa”, criada pelo psicólogo e prêmio Nobel Daniel Kahneman, para quem as pessoas tendem a ignorar fatos, dados e eventos que obriguem o cérebro a um esforço adicional.

A pós - verdade é aquela na qual o debate se enquadra  em apelos emocionais, desconectando-se dos detalhes da verdade pura, e pela reiterada afirmação de pontos de discussão nos quais as réplicas fáticas -os fatos- são ignoradas. A pós-verdade difere da tradicional disputa e falsificação da verdade, dando-lhe uma importância "secundária". Se resume como a ideia em que “algo que aparente ser verdade é mais importante que a própria verdade”.

Diante das dificuldades crescentes para materializar a verdade por conta da avalanche informativa, especialmente na politica e na econômica, criaram-se as pós verdades, ou factoides (no jargão brasileiro), onde a repetição e a insistência passam a ocupar o espaço das evidências.

Os meios de comunicação, principalmente a imprensa, ganharam um papel protagônico no fenômeno da pós-verdade porque a circulação de mensagens passou a ser o principal mecanismo de produção de novos conhecimentos numa economia digital movida a inovação permanente. A relevância conquistada pelos meios de comunicação os transformou em agentes fundamentais no processo que prioriza uma forma de descrever a realidade. Quando a imprensa norte-americana endossou a tese da existência de armas de destruição maciça no Iraque de Saddam Hussein, ela  deixou de lado a verificação dos fatos e foi decisiva na transformação de uma possibilidade em certeza acima de suspeitas.

Por outro lado, plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de boatos e mentiras.

3 comentários:

  1. Perfeito Assis, a criação do senso comum (Noam Chomsky), criado pela mídia hegemônica é a verdade que vivemos, a muitos anos...

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  2. Prezado Assis

    Entendo que essa avalanche também tem seu lado positivo, pois, uma noticia mentirosa pode ser desmentida facilmente e o contrario é verdadeiro!

    Abração

    Mário Mendonça

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