domingo, 6 de novembro de 2016

Catarse e riscos

Para se chegar ao poder, neste momento da história, não há que os partidos, obrigatoriamente, pensarem em apresentar projetos para o país.

Estamos em um momento de catarse.

A história está repleta de exemplos que demonstram que sempre que o mundo entrou em aspiral de declínio moral e ético

- vamos ampliar o conceitual para sair do unificado e exclusivista discurso, que já não explica mais nada, do economês -

sempre surgiram nomes que chegaram ao poder com o discurso apolítico, xenofóbico, segregador, pela tradição, portanto, desprovidos de estudos, ou planos, de projetos, sejam eles políticos, econômicos ou sociais.

Não foi pela apresentação de projetos futuros que se derrubou o governo Dilma. Todo o discurso foi, mais uma vez chamo à atenção para a história, de cunho moralista, as tais pedaladas fiscais e, claro, a corrupção.

Não é à toa que nomes como o de Bolsonaro despontam com força, não é sem explicação que surgem grupamentos de milícia como o MBL.

São nesses períodos que a elite se junta para reduzir diretos inclusivos, sempre, no primeiros momentos, com a ajuda da classe média - olha aí 1964 minha gente.

Quando a classe média começa a perceber que a redução dos direitos inclusivos terminam por atingir também à ela, é que o jogo começa a mudar.

É dessa necessidade de catarse da sociedade que surgem os discursos radicais tão bem representados sempre que abrem a boca políticos como Alckmin, Bolsonaro, Serra, Aécio; e até no que se viu e ouviu nas aparições da advogada Janaína.

Neste sentido de momento de catarse, para quem acompanhou o período de disputa eleitoral nos EUA, todas as oscilações nas intenções de votos foram precedidas - não pela apresentação de planos e projetos para o país - por divulgação de escândalos (moralistas) que envolveram, ora Trump, ora a candidata Hillary Clinton.

A violência dos discursos está inserida na violência sentida nas convivências diárias, sejam nas ruas, nas escolas, nas relações de trabalho, e até mesmo dentro das famílias. Daí a necessidade de catarse.

Se o sistema não cede para suprimir parte dessas necessidades a corda se rompe. Basta se recorrer à história (eles odeiam isso) para constatar o factual.

No Brasil, os sinais de rompimento já foram ultrapassados pelas situações reais:

1 - As polícias agindo com extrema violência,

2 - A justiça sendo omissa para determinados grupos e severa para os opostos,

3 - Milícias, como o MBL, agindo como instrumento paraestatal, de forma repressora e violenta,

4 - As grandes mídias tomando partido em favor da elite,

5 - Criminalização dos partidos políticos populares,

7 - Perseguição às lideranças, sejam jornalistas, populares, estudantis, pensadores, que apresentem pensamentos alternativos,

8 - Estudantes em movimentos de inconformismo,

9 - A intelectualidade saindo da sua zona de conforto e se solidarizando com os perseguidos,

10 - Conflitos internos dentro do poder,

Portanto, trata - se de um ciclo, e desta vez, em movimento descendente.

Para que a sociedade reaja é necessário o desmanche ainda maior das estruturas de poder. Muito podre terá que refluir dos esgotos,

para que a nossa classe média perceba que é ela quem paga o pato sempre que querem tirar os direitos adquiridos pela sociedade.

Quando a classe média despertar, o que já começa a ocorrer, ou o sistema cede, ou os conflitos se tornam incontroláveis, o que também já está sendo visto.

Comentário os post do jornalista Luiz Nassif :

http://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-da-reconstrucao-do-brasil

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