quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Os sete Princípios Herméticos e os seus fundamentos científicos.

O Caibalion é um livro escrito, segundo alguns autores, por três iniciados que preferiram permanecer anônimos. O Caibalion ou Kybalion contém as sete principais "fórmulas" para se compreender a Ciência Hermética e todo o conhecimento espiritual. Estes são chamados de Princípios Herméticos, e sua aplicação é tão vasta que abrange todos os campos do conhecimento humano. Trata - se de leis universais que estão na base de todas as coisas e revelam o mecanismo pelo qual o Universo funciona.

O PRINCÍPIO DO MENTALISMO
- O TODO É MENTE; O UNIVERSO É MENTAL.

Segundo os ensinamentos deste Princípio Hermético, tudo o que existe no Universo possui um caráter mental. Tudo que classificamos como existente, o Universo material, os fenômenos da vida, a matéria e a energia, tudo o que podemos perceber através dos nossos sentidos é produto de uma mente vivente e universal.
...
A ciência atual conceitua a matéria como uma forma de energia, mas os conhecimentos antigos afirmam que, no nosso nível de entendimento, a substância primordial é a mente e esta cria a energia e a matéria mensuráveis, reconhecidas atualmente pela ciência.

Do mesmo modo que a ciência parte de alguns postulados para desenvolver suas teorias, os adeptos dos conhecimentos herméticos partem de um Todo, que é tudo o que existe de real. Nada pode existir fora dele, porque, do contrário, o Todo não seria mais o Todo. O Todo é infinito por que não há o que defina ou restrinja seu limite no espaço e no tempo Portanto, o todo é eterno. Sempre existiu porque nada há o que pudesse criá-lo e, se não tivesse existido, nada poderia existir agora.

O Todo é infinito no espaço e está em toda parte porque não há lugar fora do Todo. Isso implica que não pode haver separação ou interrupção espacial entre dois objetos ou entre dois eventos, porque não há nada que separe, diminua ou interrompa a continuidade do Todo. Ele preenche todas as lacunas, portanto, é onipresente. É infinito ou Absoluto em poder porque todo poder dele provém. É imutável, pois não há que possa operar mudanças nele e, por isso, não pode ser aumentado nem diminuído, nem ficar maior ou menor. E como não pode haver efeito sem causa, o Todo sempre foi e sempre será tal como é agora.

Eis aí o todo, a Mente Vivente Universal, que a ciência tem chamado de Campo Mental de Informações e que hoje parece imprescindível para explicar o comportamento da natureza.
...
Já no século XV, Descartes concebia o Universo como constituído essencialmente de movimento. Ele afirmava:

"Pelo turbilhonar do éter, do nada surgiu algo, do informe a forma, do aparentemente inerte a força. Nada foi criado, o real é que começou a girar. Esse movimento dura até hoje e é ele a própria existência."

Segundo o pensamento de Descartes, tudo no Universo é constituído de átomos primordiais - ou bolhas esféricas primordiais, conforme os conhecimentos antigos - que foram gerados por movimentos rotacionais, dando origem à matéria da forma que a conhecemos.

Segundo a nossa visão do pensamento de Descartes, para a formação do Universo é necessária a existência dos átomos primordiais e algo que provoca o movimento. Os átomos primordiais, segundo os conhecimentos antigos, não são os átomos da dimensão física, os elementos químicos que conhecemos. Eles são constituídos de uma matéria mais sutil, ainda desconhecida pela ciência, assim como o agente causador dos movimentos.  Ambos são ainda imperceptíveis aos nossos sentidos e, consequentemente, imensuráveis pelos métodos científicos atuais. Esse é um comportamento esperado para elementos de outra dimensão de matéria é mais sutil, como é o nosso plano mental.

O PRINCÍPIO DA POLARIDADE
- TUDO É DUPLO; TUDO TEM PÓLOS; TUDO TEM O SEU OPOSTO; O IGUAL E O DESIGUAL SÃO A MESMA COISA; OS OPOSTOS SÃO IDÊNTICOS EM NATUREZA, MAS DIFERENTES EM GRAU; OS EXTREMOS SE TOCAM; TODAS AS VERDADES SÃO MEIAS VERDADES; TODOS OS PARADOXOS PODEM SER RECONCILIADOS.

Os ensinamentos herméticos nos mostram que as diferenças entre as coisas que se parecem diametralmente opostas são simplesmente uma questão de grau. Que os pares dos opostos podem sempre ser reconciliados, e que a reconciliação universal dos opostos é efetuada pelo conhecimento deste princípio. Que o Espírito e a matéria são dois pólos da mesma coisa em graus diferentes de vibração. O ser humano equilibrado, portanto, sempre se utiliza do caminho do meio, pois um extremo sempre leva ao outro, que são graus diferentes da mesma coisa. Neste sentido, o meio não é a metade ou média. O meio é integridade, plenitude.

O amor e o ódio são geralmente considerados como sendo diametralmente opostos entre si, inteiramente diferentes, irreconciliáveis. Ambos são termos que aplicam nos dois polos da mesma coisa.  Onde encontramos uma coisa, encontraremos o seu oposto: os dois pólos. O verdadeiro equilíbrio que nos leva a uma vida melhor só pode ser obtido se considerarmos tudo do seu devido grau, evitando os extremos. E este fato que habilita o hermetista a transmutar o estado mental em outro, de acordo com a escala da polarização.

O Princípio da Polaridade e o que foi visto em relação ao Princípio da Vibração nos mostram que é possível criar estados que influenciam as mentes de outras pessoas mudando a sua polaridade. É através desse processo que muitos tratamentos metais são realizados. Um médico, por exemplo, treinando a sua mente para vibrar em uma frequência desejada, além de obter sua própria polarização, pode reproduzir em outra pessoa, por indução, esse mesmo estado, provocando assim os resultados desejados. Uma pequena dedicação a esses estudos poderá nos mostrar que as nossas mudanças mentais estão quase todas relacionadas com o Princípio da Polarização.
A polaridade se apresenta rotineiramente nas entidades que a ciência manipula e pesquisa, principalmente nos tópicos da eletricidade e do magnetismo. As cargas, por exemplo, sempre se apresentam relativamente polarizadas de forma positiva ou negativa e, se formos modificando o grau das cargas de cada uma delas, adicionando ou retirando elétrons, chegaremos à outra do mesmo modo que prevê este princípio hermético. Mesmo a matéria neutra, em sua dualidade partícula-onda, apresenta esse comportamento.
Até recentemente, uma polaridade absoluta parecia se manifestar na Ciência, no seu conceito de Universo constituído exclusivamente de ondas e de partículas. Cada uma das entidades constituintes do Universo teria o comportamento ou de ondas ou de partículas, e estes extremos não se tocavam. Era comum relacionar as ondas às energias e as partículas à matéria. Sabemos hoje que tanto a luz quanto a matéria devem ser consideradas ondas e, ao mesmo tempo, constituída de partículas.

O PRINCÍPIO DA CORRESPONDÊNCIA.
- O QUE ESTÁ EM CIMA É COMO O QUE ESTÁ EMBAIXO E O QUE ESTÁ EMBAIXO É COMO O QUE ESTÁ EM CIMA.

Os conhecimentos herméticos afirmam que existem diversos planos de existência e o Princípio da Correspondência nos ensina que é uma perfeita correspondência entre os fenômenos e as leis que governam esses diferentes planos. 

Estudando o microuniverso é possível conhecer o macrouniverso. Buscando conhecer os mecanismos de funcionamento do universo em que vivemos é possível conhecer o comportamento dos possíveis universos paralelos.

O PRINCÍPIO DA VIBRAÇÃO.
- NADA ESTÁ PARADO; TUDO SE MOVE; TODO VIBRA.

Esse princípio postula que tudo vibra e que nada está parado. O que existe são diferentes manifestações do elemento básico formador de tudo,  qualquer que seja; a consciência, a mente, o espírito, em diversas ordens vibracionais.

Para que possamos compreender o Princípio da Vibração, vamos supor um experimento no qual podemos aumentar definitivamente a frequência de vibração de um diapasão. Suponhamos que no começo ele esteja vibrando lentamente. Podemos sentir sua vibração pelo tato, mas ele ainda não emite som algum. Se a sua frequência for aumentada gradualmente, em alguns instantes o seu movimento torna-se tão rápido que ele passa a emitir um som grave, audível para nós. Com o aumento da velocidade de seus movimentos, ele passa a emitir sons cada vez mais agudos, até que não conseguimos mais ouvi-los, pois nossos ouvidos não possuem a capacidade para captar essa frequência muito alta. Aumentando ainda mais a sua frequência, ele começa emitir ondas de calor cada vez mais intensas até que, depois de algum tempo, os nossos olhos começam a perceber uma cor avermelhada no diapasão. Com o aumento da rapidez do movimento, o vermelho passa ao alaranjado, o alaranjado passa ao amarelo, depois para o verde, azul, anil e finalmente violeta. E se aumentarmos ainda mais a frequência da vibração, o material que compõe o diapasão, talvez agora em estado gasoso, não emite mais radiações coloridas. Todas as cores desaparecem, pois os nossos olhos não são mais capazes de registrá-las.
No entanto, existem raios invisíveis que emanam do material que constitue o diapasão. Nessas condições, e com o aumento da vibração, o diapasão começa a emitir radiações como, por exemplo, os raios X e, quando o material que constituia o diapasão atinge certo grau de vibração, as suas moléculas se desintegram nos elementos originais ou átomos.
E aumentando ainda mais a rapidez das vibrações, os átomos são separados nos pequenos corpúsculos dos quais são formados que  finalmente desaparecem em uma substância etérea. Os conhecimentos da ciência não nos permitem continuar adiante dessa etapa, mas os hermetistas ensinam que, se as vibrações fossem aumentando continuamente, o objeto subiria pelos estados sucessivos de manifestação, dos diversos graus mentais, até alcançar a fusão no Todo, chamado por diversos nomes, um deles, Espírito Absoluto.

Este e outros exemplos nos mostram que os ensinamentos herméticos são muito mais abrangentes que os conhecimentos da ciência atual. Eles ensinam que toda manifestação do pensamento, emoção, raciocínio, vontade, desejo, qualquer condição ou estado, é acompanhada por vibrações os quais são emitidas e tendem a afetar a mente de outras pessoas por indução. É exatamente esse fenômeno que propociona a telepatia, a influência mental e outras formas de ação do poder mental conforme tem sido disseminado atualmente em diversas escolas.

Todos os nossos pensamentos, todas as nossas emoções ou estados mentais têm o seu grau e modo de vibração. E por um esforço da nossa vontade, ou de outras pessoas, estes estados mentais podem ser reproduzidas de forma consciente, do mesmo modo que o tom musical pode ser reproduzido por meio da vibração de instrumento musical.

Realizando exercícios para dominar os nossos estados mentais, podemos polarizar a nossa mente no grau que quisermos. Podemos afetar a mente dos outros, produzido nelas os estados que desejamos.

Refletindo um pouco sobre o que foi dito a respeito do Princípio da Vibração, veremos que são perfeitamente compreensíveis os admiráveis fenômenos do poder manifestado pelos mestres e adeptos que, aparentemente, se contrapõe às leis da natureza, mas, em realidade, simplesmente usam uma Lei Maior para superá-las, obtendo seus resultados, mudando as vibrações dos objetos materiais e das formas de energia. Eles realizam o que é comumente conhecido por milagre.

Quando nos referimos uma Lei Maior não temos a intenção de dar as leis que regem o Universo um sentido misterioso e místico. A nosso ver, tudo no Universo deve ser lógico e compreensível.

No nosso mundo - que é quântico - a ciência atual reconhece que tudo é vibração, em perfeito acordo com o Princípio Hermético da Vibração, colocado há mais de 5.000 anos na face da terra!  Além desta contratação quântica, teorias científicas mais avançadas têm se mostrado necessárias para o entendimento do nosso universo. Muitos cientistas estão trabalhando na famosa Teoria das Supercordas na qual se propõe que tudo o que existe é criado por vibrações de pequenas cordas unidimensionais.

Mas outro tipo de vibração, que possui grande importância no contexto desse livro, são as nossas vibrações cerebrais e mentais. Em 1929, o neurologista alemão Hans Berger conseguiu medir pela primeira vez as nossas vibrações cerebrais, cujos sinais registrados ele dominou eletroencefalograma (EEG)' e cuja origem ainda era desconhecida.

Alguns neurofisiologistas acreditam atualmente que sinais eletrônicos são produzidos pelas células piramidais de Betz. Cada uma dessas células cria um enorme corrente de dipolo, cujas polaridades dependem de suas excitações. Consequentemente, a camada constituída de milhares de células piramidais constantemente sofre variações em suas configurações eletrônicas, criando padrões de frequência entre 0 e 30 Hertz.

O nosso cérebro pode ser comparado a uma imensa coleção de diapasões que emitem e recebem coletivamente energias predominantemente nesse intervalo de frequência. Os experimentos têm mostrado que, do mesmo modo que podemos modificar a frequência de ressonância, aquecendo ou colocando presilhas nas hastes dos diapasões, podem modificar voluntariamente - por meio de técnica de relaxamento, por exemplo - a frequência predominante de emissão e recepção do nosso cérebro. Os estados de relaxamento diminuem a nossa frequência cerebral, fazendo com que experimentemos diferentes estados mentais.

Recentemente diversos pesquisadores realizaram o interessante experimento, mostrando que é possível transmitir mentalmente uma informação, uma energia, de modo quase que instantâneo de uma pessoa para outra, ainda que elas estejam fisicamente isoladas e distantes.

O PRINCÍPIO DO RITMO.
- TUDO TEM FLUXO E REFLUXO; TUDO TEM SUAS MARÉS; TUDO SOBE E DESCE; TUDO SE MANIFESTA POR OSCILAÇÕES COMPENSADAS; A MEDIDA MOVIMENTO À DIREITA É A MEDIDA DO MOVIMENTO À ESQUERDA; O RITMO É A COMPENSAÇÃO.

Este princípio postula que tudo na natureza se manifesta em ciclos. Tudo flui e reflui, desce e sobe, tudo vai de um extremo a outro em movimento pendular. E isto acontece com tudo no Universo, nos sistemas solares, nos mundos, nos seres humanos, nos animais, na mente, na energia e na matéria. Esta lei se manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e na queda das nações, na vida de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do ser humano.

Mostra que os universos são criados e que, depois que chegam ao ponto mais baixo da materialidade, iniciam sua ascensão. Os astros nascem e atingem um marco de força e depois de algum tempo, se degradam, tornando-se massa inertes de matéria, esperando outro impulso que reponha as suas energias interiores, para iniciar um novo ciclo de sua vida. E assim é com todos os mundos: nascem, vivem, morrem e renascem para recomeçar o ciclo. A própria Natureza nos mostra que tudo possui seu ciclo de nascimento, vida e morte, de atividade e inatividade.

Esse princípio é bem compreendido pela ciência moderna que o considera como uma lei universal aplicada as coisas materiais. Mas também se aplica aos fenômenos psíquicos, emocionais e mentais, como qualquer pessoa pode constatar em si mesma. Todos nós estamos sujeitos a mudanças de humor, de estado emocional e de psíquico, indo de um extremo ao outro, como da alegria para a tristeza, do entusiasmo para a depressão, da confiança para a incerteza. Os hermetistas, entretanto, estudando o funcionamento deste princípio  aprenderam a escapar do seu domínio, dominando-o.

No percurso do movimento de um extremo a outro, os hermetistas aprenderam a se deter conscientemente, pelo exercício da vontade, no momento escolhido, sem se permite chegar ao outro extremo. A isto eles chamaram de lei da neutralização. Ao elevar-se acima das vibrações do plano inconsciente da atividade mental, é possível contemplar os extremos sem sermos dominados por eles.

O fato de que tudo na natureza possui os seus ciclos como nos ensina o Princípio do Ritmo que é um conhecimento antiquíssimo, resultado da observação da natureza, o que o ser humano faz desde os primórdios da humanidade. A ciência moderna não poderia deixar de contemplar esse princípio e, conforme se desenvolve, vai constatando ciclos em todos os níveis da existência, desde as partículas elementares até as galáxias, tudo parece ter o seu próprio ritmo e os seus ciclos de vida. Nada que está manifestado - possuindo matéria e forma, -  nos parece permanente no nosso Universo. E esse movimento cíclico pode ser notado no nosso cotidiano, desde o movimento de um pêndulo, até a sucessão das estações do ano e o movimento das marés.

O PRINCÍPIO DE CAUSA E EFEITO
-TODA CAUSA TEM O SEU EFEITO, TODO EFEITO TEM  SUA CAUSA; TUDO ACONTECE DE ACORDO COM A LEI; O ACASO É SIMPLESMENTE O NOME DADO A UMA LEI NÃO RECONHECIDA; HÁ MUITOS PLANOS DE CAUSALIDADE, PORÉM NADA ESCAPA À LEI.

Sempre há uma causa e um porquê para todos os acontecimentos e nada acontece sem uma causa ou a cadeia de causas. Existe uma continuidade entre todos os acontecimentos precedentes, consequentes e subsequentes. Há uma relação entre tudo o que aconteceu no passado com tudo o que acontece no presente.

A maioria das pessoas é mais ou menos vítima das circunstâncias que a rodeiam e exerce muito pouco liberdade. É guiada e arrastada como pluma ao vento, seguindo as opiniões, os costumes e as ideias de uma mente coletiva, que lhe são impostas, e, no entanto, se proclama livre. As pessoas acreditam que exercem plenamente seu livre - arbítrio em todos os seus pensamentos e suas ações. Dizem que possuem a liberdade e realizam tudo o que querem. Mas, o que as faz querer uma coisa em detrimento de outras? O que faz uma coisa lhes ser prazerosa e outra não? Ignoram que existe a possibilidade de que, usando a alquimia, podem transmutar tudo em suas vidas em algo prazeroso.
Iniciados são capazes de exercer o livre - árbitro, sem deixar se influenciar pelos condicionamentos coletivos do meio, porque, ao usar esses conhecimentos, conseguem ter uma visão mais abrangente e compreensiva do plano de vida material, e assim se colocam em contato com forças mais sutis da Natureza, e por isso, deixam de ser escravos para serem senhores das circunstâncias. Eles não são livres da Lei da Causa e Efeito dos planos mais elevados, mas agindo em concordância com as leis superiores, dominam as circunstâncias no plano inferior.  É assim que o Caibalion explica a possibilidade de se libertar da Lei da Causa e Efeito num plano, dominando - a a partir de um plano superior.

O Princípio da Causa e Efeito está presente da ciência desde o século XVII, quando Newton estabeleceu as suas famosas leis da mecânica. É a base de toda a teoria da mecânica que possibilita prever os acontecimentos em nosso mundo macroscópico. A ciência da época supunha que o Universo era completamente previsível. Restrita ao plano físico, ela afirmava que, conhecendo as condições iniciais dos constituintes de qualquer sistema, mesmo que sejam extremamente complicadas, seria possível, utilizando as leis da mecânica, predizer o seu futuro de forma precisa, sem ambiguidades ou incertezas. Essa é a essência do chamado determinismo científico.

De acordo com o determinismo, para todo efeito deve existir uma causa no plano físico que possa ser conhecida. E mais, se todos os eventos e todos os fenômenos podem ser preditos e explicados com exatidão pela ciência, então deve ser possível retroceder cada evento até encontrar em algum lugar o obscuro início da história, a sua causa.

A visão determinista do mundo poderia, ainda hoje, ser confortável aos cientistas, pois implica que o Universo pode ser entendido completamente e tratado com racionalidade. Mas existe um lado negro dessa visão. Se o Universo for controlado pela causa determinista, então a nossa liberdade se tornam conceito sem sentido e o Universo é uma imensa máquina que controla todas as nossas ações e decisões. Tudo que acontece no presente é devido a alguma causa que aconteceu no passado e não porque nós escolhemos fazer acontecer. A experiência de explodir uma granada e esperar que o ruído da explosão se transforme espontaneamente na Nona Sinfonia de Beethoven pode parecer absurda, mas, de acordo com o determinismo, é assim que tudo é criado. Houve no início uma grande explosão que gerou a bela sinfonia que hoje ouvimos. Isso nos parece muito mais um dogma científico do que algo racional.

Segundo a ciência moderna, o determinismo é um conceito que não corresponde à realidade. Os seus experimentos mostram que até uma simples "partícula" como um elétron ou um fóton parece possuir alguma espécie de livre - arbítrio no comportamento quando não admitimos que ela esteja sendo guiada pela consciência do observador. Quando as partículas são aceleradas de um ponto para outro do espaço, algumas atingem perfeitamente um alvo previamente determinado enquanto que outras, lançadas nas mesmas condições, possui um "destino" completamente diferente sem nenhuma razão conhecida. (o Princípio da Incerteza pode, evidentemente, explicar parcialmente esses desvios dos elétrons. No entanto, não pode explicar a aparente inteligência que ordena o padrão formado). Dois sistemas quânticos idênticos podem, portanto, produzir resultados completamente diferentes sem nenhuma causa aparente que possa ser conhecida pela ciência. Parece que esses estranhos comportamentos de uma partícula fundamental somente podem ser compreendidos se admitirmos que ou o livre - arbítrio da consciência do observador ou livre - árbitro da partícula atua no processo. E qualquer que seja a nossa escolha, o livre arbítrio se faz presente.

Como é possível então conciliar o Princípio de Causa e Efeito com o nosso livre-arbítrio?

Essa conciliação somente é possível se admitirmos que uma determinada causa possua diferentes facetas a cada uma delas produza um determinado efeito, dependendo de suas interpretações. E, nesse aspecto, o pensamento do filósofo Nietzche pode nos ajudar. Segundo ele o que é real não são os fatos, mas as interpretações que fazemos deles. Uma causa possui vários aspectos e esses aspectos é o que de real nela existe.

Uma determinada causa, portanto, pode ter diferentes significados para cada um de nós, que dependem das nossas interpretações individuais. Nós, então, podemos exercendo do nosso livre arbítrio (1), escolher livremente uma faceta particular de uma determinada causa e assim provocar o efeito relativo a essa nossa interpretação.
(1)Segundo a Física Quântica, não possuímos um livre - arbítrio pleno, uma vez que tudo o que é um fenômeno físico pode ser está contida em algo que os físicos de no mínimo denominam de fundo de onda.  Definida a função de onda, as probabilidades possíveis que já foram selecionadas. A função de onda de um elétron, por exemplo, não pode se tornar a de um próton, pois eles são de naturezas diferentes e isso também não é permitido pelo Princípio Hermético da Polaridade.

O PRINCÍPIO DO GÊNERO.
- O GÊNERO ESTÁ EM TUDO; TUDO TEM O SEU PRINCÍPIO MASCULINO E O SEU PRINCÍPIO FEMININO; O GÊNERO SE MANIFESTA EM TODOS OS PLANOS.

Este princípio nos ensina que o gênero é manifestado em tudo, que os princípios masculino e feminino sempre estão em ação, não só no plano físico como também em outros planos como, por exemplo, no mental. No plano físico, esse princípio se manifesta como no sexo, na geração da vida orgânica.; nos planos superiores se manifestam na geração de algo naquele plano.

Podemos encontrar outra manifestação desse princípio nos corpúsculos que constituem a base da matéria, cujas combinações formam o átomo. A ciência tem mostrado que o átomo é composto de uma grande quantidade de corpúsculos, alguns girando ao redor dos outros, que vibram num elevado grau de intensidade. Esses corpúsculos que se agrupam por suas cargas negativas e positivas, que se influenciam mutuamente e se combinam, criando, gerando os átomos. Este fato está em perfeita concordância com os preceitos herméticos que identificaram o princípio masculino com o pólo positivo e o feminino, com o pólo negativo da eletricidade.

Segundo os conhecimentos dos antigos, o chamado o pólo negativo de uma bateria é o pólo na qual se manifesta a geração ou produção de novas formas de energia. Nada há de negativo ao redor dele. O pólo catódico ou negativo é considerado o princípio materno dos fenômenos elétricos e das formas mais sutis da matéria.  Tudo isso justifica o uso da palavra feminino em lugar de negativo falando desse pólo de atividade.

Na formação do átomo, portanto, um elétron, um corpúsculo feminino abandona um corpúsculo masculino e toma uma nova direção. Ele ativamente procura uma união com corpusculo masculino, sendo incitado a isso pelo impulso natural de criar novas formas de matéria ou de energia. Esta união forma a base da maior parte das atividades do mundo químico. Quando os corpúsculos femininos unem - se com um corpusculo masculino, inicia-se um processo no qual as partículas femininas vibram rapidamente sobre as influências da energia masculina e giram ao seu redor. O resultado é o nascimento de um novo átomo. Provenientes das suas uniões ou combinações, manifestam - se os diversos fenômenos da luz, do calor, da eletricidade, do magnetismo, da atração, da repulsão, da afinidade química e de outros fenômenos semelhantes. Tudo isto procede da ação do Princípio de Gênero no plano de energia.

Segundo os conhecimentos herméticos, a função do masculino parece ser a de dirigir certa energia para o feminino e  assim acionar um processo criativo. Isso é necessário uma vez que o princípio feminino é aquele que acolhe e junta em si as duas energias, propiciando o ambiente adequado para geração de nova vida em todos os planos da existência. Isoladamente, cada princípio é incapaz de acionar energia operativa sem o outro. Em muitas formas de vida, os dois princípios estão combinados em um só organismo. Por essa razão, cada ser no mundo orgânico bisexual manifesta ambos os gêneros: há sempre o masculino na forma física feminina, e o feminino na forma física masculina. Este fato parece ser de fundamental importância para compreender a conduta do ser humano atual.

Os hermetistas nos ensinam que, em nossa mente, independentemente do nosso sexo físico, há aspectos mentais masculinos e femininos que exercem suas funções específicas.

Trecho extraído do livro "Princípios Herméticos comSciência", de José Pedro Andreeta e Maria de Lourdes Andreeta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário