domingo, 3 de janeiro de 2016

A esquerda do século 21

"...Alguns intelectuais, latino-americanos ou europeus, pretendem ser a consciência critica da esquerda latino-americana, com suas posições desvinculadas das lutas e das forças concretas, sem que suas teses tenham desembocado em alguma forma alternativa. As alternativas aos governos pós-neoliberais – como fica claro na Venezuela, na Argentina, no Brasil, no Uruguai, na Bolivia, no Equador – continuam sendo as velhas forças da direita, enquanto as posições da ultra esquerda  se mantêm nas suas posturas críticas, sem nenhuma ingerência nas lutas concretas. Não por acaso seus defensores são intelectuais, que falam desde suas cátedras acadêmicas, sem nenhum arraigo nas forças sociais, políticas e culturais reais...

...no momento em que governos pós-neolibrerais enfrentam dificuldades reais para passar da primeira a uma fase mais avançada de suas lutas, as posições ultra esquerdistas, que falam do “fracasso” desses governos, não explicam seu próprio fracasso, ao não conseguir constituir nenhuma força alternativa a esses governos, lugar ocupado pro forças de direita.
Falam de “fim de ciclo”, quando o que se apresenta não é  a superação de um ciclo, mas formas de recomposição conservadora, de retrocesso neoliberal, que não superam um ciclo mas, ao contrário, propõem um retrocesso ao ciclo anterior."...

Emir Sader

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