“A escola acabou. É preciso encontrar outro lugar.”
(Michel Maffesoli)
Aqui uma interessante perspectiva é que a que defendo. O modelo de escola que temos está falido!
E
não creio que tenha que ver com dinheiro e subsídios em primeiro lugar,
antes sim tem que ver com motivação, objetos e objetivos. Neste modelo
que conhecemos a educação não serve nem como elemento formador,
inovador, nem criador. Há tempos este modelo deixou de tomar o individuo
como um todo holístico inserido e integrado ao seu mundo e a seus
tempo. Isto é, inserido em um contexto social, cultural, político,
econômico, produtivo.
Desde
que a escola e seus sistemas supostamente inciaram a compartimentação, e
pretensa especialização, os indivíduos começaram a atrofiar-se enquanto
pessoas capazes de entender e propor alternativas ao seu tempo. E aí
que todos os problemas surgiram.
A escola começou a ser vista, e funcionar, como
um local onde conteúdos são dispostos e perfilados...apresentados um a
um sem relação ou conexões. Tudo parece nada e nada precisa ser pensado,
interpelado, questionado. O espirito crítico, criativo e elucubrador
não é mais incentivado e cada vez mais, programas e conteúdos, são
apenas dispostos como uma amassa amorfa a ser decorada. E aí que entram
os elementos de desencanto, desinteresse e desmotivação não apenas de
alunos, mas também de professores. Ninguém sabe ao certo porquê mesmo é
que está ali, nem para quê.
A
escola transformou-se em um local de metas e obrigações a cumprir e não
um espaço criativo de vivências e oportunidades de convívio com o que é
novo, diferente, instigante... infelizmente.
Daí que para este modelo, não há recursos que possam dar conta do esgotamento, desencanto e desmotivação.
O
professor teria que ser apenas e tão somente um mentor a instigar e não
um conteudista regurgitando conteúdos, números, dados, gráficos,
tabelas, textos, poemas....precisaria ser capaz de transformar isso tudo
em algo que estivesse conectado com o mundo em que estamos com a vida
que tais discentes têm, rodeados de estímulos visuais, sonoros e, de que
forma levá-los ao mesmo tempo a ver-se inseridos em uma sociedade que
age e se reproduz desta ou daquela forma. Enquanto isso não ocorrer, não
há reformas de currículos e verbas que darão conta de todo o sistema
falido em que se pensa a Educação.
Vejo como única possibilidade de salvar a Educação o professor voltar a ser um iniciador!
Aquele
que mostrará as ferramentas para que o discente descubra o mundo à sua
volta. Só que mentores não são formados em escolas! Ser um mentor exige
Sabedoria interior, visão holística aguçada, sensibilidade, perspicácia,
generosidade intelectual. Todas características e qualidades que exigem
cultivo, dedicação, disciplina. E aquí a minha pergunta: "quantos
docentes tem estas qualidades?"
De
novo insisto: estas qualidades não estão nos currículos de formação e
não se adquirem por incentivos financeiros governamentais. Aí as
"desculpas" cessam, já que precisam ser de inciativa individual daquele
que chama para si a responsabilidade de ser um mentor intelectual.
Quantos agentes teríamos?
Boa pergunta!
A Educação precisa, e deve, ser pensada holisticamente. Sem este olhar terá chegado ao seu fim!
_____________________
Posts relacionados:
*
Publicado originlamente no Blog Pensados a Tinta
Nenhum comentário:
Postar um comentário