A misteriosa bolha de 15% de todo o eleitorado brasileiro.
Historicamente Marina detém em torno de 20% do eleitorado. Após a
comoção do acidente de Campos e o trabalho da mídia seus votos são
acrescidos de 15% e passa na apuração do Datafolha dos dias 17 e 18 de
setembro para 35%.
Aécio conta com 19% das intenções de voto.
Inicia -se pela imprensa a desconstrução de candidatura de Marina que
em 15 dias vê seus votos despencarem e chega às urnas com 21%,
enquanto Aécio sai de 19%, incorpora os 15%, e alcança 33,55% dos votos
no 1º turno.
Dilma se mantém em todas as pesquisas em patamares próximos aos 40%
A campanha de reeleição de Dilma alcança diferença com o 2º colocado equivalente à campanha de reeleição de Lula
2006 - Lula 48,61% e Alckmin 41, 64%
2014 - Dilma 41,59 e Aécio 33,55
As quatro balas de prata da campanha
A primeira bala de prata
Após as manifestações de junho a mídia manipula o que pretendiam os
manifestantes tentando desgastar apenas a candidatura Dilma. Os
massacres diários do governo todos tomaram conhecimento. Para não
alongar cito a manchete da Folha logo após tais manifestações: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/07/1311756-popularidade-do-governo-dilma-despenca-229-pontos-mostra-pesquisa.shtml
Na fumaça das manifestações a mídia tenta ampliar a desordem estimulando o movimento *não vai ter copa.
As matérias de que os estádios não ficariam prontos e que a copa seria
um caos estamparam durante muito tempo todas as manchetes principais da
mídia.
Todos esses movimentos não foram suficientes para abalar as pesquisas eleitorais de até então:
2/10/2013 Datafolha: Dilma 42%, Aécio Neves 21% e Campos 15%
07/11/2013 CNT/MDA: Dilma 43%, Aécio 19% e Campos 9%
18/11/2013 Ibope: Dilma 43%, Aécio 14% e Campos 7%
18/02/2014 MDA: Dilma 43,7%, Aécio 17% e Campos 9,9%
A segunda bala de prata
Com os índices de pesquisa indicando a vitória de Dilma no 1º turno, a
imprensa divulga uma série de denúncias contra a Petrobras. O planalto
faz movimentos e atrasa a abertura da CPI até maio de 2014; a CPMI mista
é instalada logo em seguida. A mídia massifica diariamente o escândalo e
tenta colocar no colo de Dilma a responsabilidade por possíveis desvios
de dinheiro.
Capa da Revista Veja de 09/04/2014
No dia 19/04 a Globo divulga: “Eleições: patamar de aprovação
indica derrota para Dilma”: A julgar pelo retrospecto de 104 eleições
para governadores e presidente desde 1998 em que havia um candidato
tentando a reeleição, analisadas pelo cientista político Alberto Carlos
Almeida, Dilma hoje não se reelegeria. http://oglobo.globo.com/brasil/eleicoes-patamar-de-aprovacao-indica-derrota-para-dilma-12241407
No entanto, mais uma vez, as pesquisas continuaram indicando a
vitória de Dilma no 1º turno. Observem que aqui as pesquisas já
indicavam uma possível queda de Dilma e subida de Aécio:
22/05/2014 Ibope: Dilma 40%, Aécio 20% e Campos 11%
19/06/2014 Ibope: Dilma 39%, Aécio 21% e Campos 10%
03/07/2014 Datafolha: Dilma 38%, Aécio 20% e Campos 9%
17/07/2014 Datafolha: Dilma 36%, Aécio 20% e Campos 8%
22/07/2014 Ibope: Dilma 38%, Aécio 22% e Campos 8%
07/08/2014 Ibope: Dilma 38%, Aécio, 23%, e Campos, 9%
A terceira bala de Prata
Com o acidente que vitimou o candidato do PSB surge o nome de Marina
insuflado pela mídia que diariamente passou a defender suas qualidades e
criou um clima de comoção tal a gosto do eleitor brasileiro.
Na pesquisa Datafolha de 29 de agosto apresenta Marina empatada com
Dilma no 1º turno com 34% dos votos, e Marina ganhando no segundo turno
com uma estupenda diferença de 10%, Marina com 50% e Dilma com 49%.
O desespero da mídia aumenta ainda mais ao ver nessa pesquisa o seu candidato Aécio despencado.
A mídia começa a desconstrução de Marina investigando o acidente de
Campos e noticiando pela primeira vez uma série de irregularidades da
aquisição e uso da aeronave pela campanha do PSB. A desconstrução
continua com a própria fragilidade da campanha e das propostas de Marina
que provocaram o atrito entre históricos dirigentes do PSB e os
escolhidos como principais assessores da candidata. A imprensa divulga a
forte influência de Neca Setúbal frente a Marina, os atritos do
presidente do PSB em exercício, Roberto Amaral, com os formuladores das
propostas da campanha sobre economia, Alexandre Rands e Eduardo
Gianetti.
O resultado do bombardeio da mídia contra Marina para elevar o
patamar do seu escolhido, Aécio Neves, aparece na pesquisa seguinte
quando o Datafolha/Globo cravou em 30 de setembro, Dilma com 40% das
intenções de voto, Marina com 25%, e Aécio com 20%. A Folha estampa em
letras garrafais “Datafolha mostra acirramento entre Aécio e Marina pelo
segundo lugar”.
Dilma se aproximava perigosamente dos patamares originais das
primeiras pesquisas quando ficou com 42% e 43% realizadas em 2013 e
início de 2017 (acima), o que lhe garantia a vitória em primeiro turno.
Era preciso assegurar o segundo turno estancando a queda de Marina e
ainda assim garantir a subida de Aécio para ultrapassar Marina. Cessam
os ataques a Marina.
A quarta bala de prata
Aécio Neves formula em conluio com a mídia uma série de denuncias
envolvendo a campanha de Dilma e os Correios e ameaça pedir ao TSE a
impugnação da candidatura de Dilma.
As artimanhas dão certo e no dia 02/10 a Folha de São Paulo estampa:
“Datafolha mostra empate técnico entre Marina e Aécio”, apontando Marina
com 24% e Aécio com 21%.
Na véspera das eleições os dois maiores institutos de pesquisa o
Ibope e o Datafolha, contratados pela Folha de São Paulo e pela Rede
Globo, finalmente divulgam: Dilma tem 44%, Aécio vai a 26% e Marina
recua para 24; http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1527282-dilma-tem-44-aecio-vai-a-26-e-marina-recua-para-24-dos-validos-diz-datafolha.shtml
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/10/datafolha-dilma-tem-44-aecio-26-e-marina-24-dos-votos-validos.html
As tentativas de manipulação disfarçadas em matérias jornalísticas
Desde sempre a manipulação da mídia principalmente às vésperas das eleições é clara e nítida.
Em 2009 Carlos Augusto Montenegro de um conhecido instituto de
pesquisa já afirmava maldosamente, para a não menos manipuladora revista
Veja:
“Em entrevista ao editor Alexandre Oltramari, Montenegro aposta que o
governo, apesar da imensa popularidade do presidente Lula, não
conseguirá fazer o sucessor - no caso, a ministra Dilma Rousseff. Também
afirma que o PT está em processo de decomposição.”
http://veja.abril.com.br/260809/lula-nao-fara-sucessor-p-072.shtml
Até quando será permitida tamanha manipulação de informações sem que
as instituições democráticas não tomem atitude contra esse desmando?
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