terça-feira, 7 de outubro de 2014

Com o um ex-presidente se refere aos nordestinos

De Francy Lisboa sobre  o comentário de Fernando Henrique Cardoso chamando os nordestinos de "desinformados" e interioranos no post: "FHC, um presidente bom de bico"

Sim, foi uma baque. Um grande baque. Seguindo o baque veio a desilusão. O discurso raivoso anti negros, pobres, nordestinos, e petistas de uma maneira geral, leva a desesperança não no Sistema político, mas na sociedade Brasileira. E nem adianta vim com o papo de que a massa não pode ser responsabilizada pelos seus atos.

As redes sociais estão  elucidando  da forma mais dolorosa possível que o brasileiro não é solidário coisíssima nenhuma. Não é questão de trollagem, Nassif, é questão de falta de civilidade.
Isso é fruto do “sabe com quem você está falando?”, a vitória do  pensamento meritocrático, da ilusão do homem/mulher auto-feitos.

Vemos acadêmicos afirmarem que quem tem estudo “sabe o que está ocorrendo no Brasil” e que os ignorantes votantes do PT estão ajudando a acabar com o Brasil. Um ponto curioso foi ouvir um depoimento de uma pessoa que disse que tinha pos graduação, etc e que por isso  se achava mais capaz de entender o Brasil do que os “nordestinos e vagabundos do bolsa família”.
Isso é trollagem? Não, trollagem  fica muito restrita ao ambiente virtual das redes e se transforma em hipócrita cordialidade no mundo material. Isso é mais que trollagem: é falta de civilidade misturada a arrogância dos pretensos “vencedores”.

Não há mais espaço para o debate civilizado, duas ou mais palavras de argumentação já nos vestem com as roupas do dragão a ser destruído pelo São Jorge da Intolerância. As provocações, como “apoiador de vagabundos”, “defensor de bandidos”, “destruidor da instituição família”, “vai pra Cuba!”, “apoiador de terrorista islâmico”, “apoiador de corruptos”, etc, remetem aos tempos das brigas estúpidas de escolas, das  vendetas infantis, e desembocam por fim na vergonha alheia acachapante, em especial porque isso vem de pessoas que ainda cultivamos certa estima.

Isso vem também do grupo autodenominado intelectual, os doutos, o estrato da sociedade que se julga iluminado e apto para guiar a nação. É muito triste ver essa arrogância. Eu não estudei pra isso, eu não estudei para a me achar melhor do que ninguém, para menosprezar  o semelhante devido a sua opção política atacando sua cor de pele ou origem, eu não sou Joaquim Barbosa, não preciso mostrar que “venci”, não preciso ser incensado por ninguém como arauto da moralidade hipócrita brasileira. Será que esses doutos não percebem o quanto estão sendo estúpidos com suas declarações preconceituosas cheias de ódio?

Essas carteiradas intelectuais causam preocupação, pois mostram o quão longe o Brasil está de um pais  mais igual. Não se comemora as conquistas como deixar de ser comum ver crianças brasileiras subnutridas. Para eles o que importa é combater o “assistencialismo”. A derrota da Fome pelos programas sociais? Ah! Isso não é importante, pelo contrario, é a causa maior do mal que se tornou o Brasil. E Paremos por aqui, pois está na hora de ir a igreja ou postar sobre maus tratos aos animais no “Faice”.

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