Um
dos axiomas da teoria da comunicação de massas é que, paradoxalmente ao que
acreditam as pessoas que se consideram esclarecidas, é mais fácil manipular
aquele que se informa constantemente através da grande mídia (canais de TV,
rádio, jornais e revistas) do que os que não consomem nenhum tipo de produto
midiático.
Os
primeiros são alienados, os últimos, ignorantes.
Os primeiros são os que preferem o ódio. São os que execram, banem e mortificam seus
antagonistas.
Quando
confrontados com argumentos mostrando que os mesmos pecados que a mídia os fez
abominar também são cometidos pelos que são seus escolhidos, desconversam. Não
há provas. Onde saiu? Quem noticiou? Quem provou?
Se
não está na mídia, não existe.
Ellul,
em especial, chega ao ponto de exemplificar que é mais fácil manipular as
decisões políticas de um intelectual do que um camponês ou operário. Não à toa,
os grandes veículos de comunicação estão sempre usando a imagem e a palavra de
intelectuais e especialistas nos mais diversos assuntos, para atestar e dar
legitimidade ao conteúdo que lhes interessa propagar.
E
são as classes médias urbanas as maiores vítimas destes esforços de alienação e
manipulação coletiva.
Estes
mesmos estudos concluíram que (o que não deixa de ser irônico) em todo mundo
são as camadas mais pobres e ignorantes da população, e alijadas dos centros
sociais de produção do consenso midiático, que acabam sendo as menos
influenciadas ou manipuladas.
Para
populações inteiras que habitam o que os autores chamam de “mundo real”, o que
importa ao julgar um acontecimento, uma pessoa, um programa social ou um
governo é o impacto real que o mesmo teve sobre suas vidas. Na carne, no ato
diário de persistir junto aos seus.
Tudo
isso pra explicar que o seu ódio aos partidos de esquerda, mais notadamente ao
PT por ser ele o partido governante, na verdade não diz respeito ao que é o PT
ou o que ele representa.
Diz
respeito a um plano de recuperação do poder por parte da elite nacional (ou
multinacional, uma vez que hoje em dia todos os grandes veículos de comunicação
atuam num mercado global de construção do consenso), que sempre varreu para
baixo do tapete as mazelas, os escândalos e a putrefação de seus pares,
políticos e industriais.
Seu
ódio diz respeito à desinformação e à manipulação a que é submetido desde que
nasceu. A um trabalho sistemático de alienação sociopolitica que está em curso
há décadas e que nos últimos 12 anos foi confrontado, pela primeira vez.
Um resumo da obra de:
Leonardo Oliveira, publicitário e mestre em Ciência da Comunicação.
Artigo completo:
http://www.contextolivre.com.br/2014/10/e-mais-facil-manipular-quem-se-informa.html
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