quarta-feira, 18 de junho de 2014

O estado de espírito nacional e a Copa

Por Assis Ribeiro

Nassif, parabéns pelo Brasilianas. Org de hoje, "O estado de espírito nacional e a Copa". Altíssimo nível.

Sobre o que foi debatido, primeiro quero provocar dizendo que a sua busca por novos estadistas, novos heróis, não encontra mais fulcro nesses tempos modernos diluído, difuso,  e liquido (dentro do que preconiza o pensamento de Bauman). Você não os encontrará mais em nenhum setor da sociedade. Se antes tínhamos músicos que ditavam  uma orientação (como Chico e Caetano), se antes tínhamos economistas referenciais (como Furtado, Simonsen e Delfim), geólogos referenciais (como Milton Santos e Josué de Castro), políticos (como  JK, Getúlio ou Lula), hoje não os encontrará. O novo nesta atualidade não será visto em individualidades e sim em coletivos, principalmente no mundo de ideias construída por grupos.

Segundo, a tecla batida aqui no blog de que faltou comunicação do governo. Neste aspecto, e dentro da abordagem do programa, a resposta de Rafael Alcadipani foi emblemática e precisa quando citou que  a maioria das obras da copa eram de responsabilidade dos governos estaduais e municipais, mas, que ficou a impressão de que eles seriam de responsabilidade do governo federal. Ora, Nassif, isso representa de forma clara de que não se tratou da falta de comunicação do governo já que é obrigação elementar se saber o que cabe aos governos das três esferas nos setores envolvidos de mobilidade, etc., mesmo porque estão expressas na Constituição Federal. O que se pode se depreender disso é que não foi, repito, questão de falta de comunicação do governo e sim de uma construção maquiavélica da grande mídia que acabou por confundir as pessoas e até mesmo jornalistas independentes.

Terceiro, sobre a construção de meios de transportes o entrevistado Fernando Abruccio informou que estavam liberados pelo governo Federal 50 bilhões de reais para as obras de mobilidade e que os governos estaduais e municipais por erros só conseguiram se utilizar deste valor o montante de um bilhão. Esses dados, Nassif, estão disponibilizados nas páginas oficiais do governo, o que mais uma vez remete à conclusão de que se tratou de má fé dos jornalistas de não irem às fontes oficiais se informarem.

Quarto, um dado muito preocupante e que foi dito pelos três entrevistados é que a copa se encaminha, dentro do seu aspecto de organização, para ser um sucesso e que este seria o único tema que poderá ter influência para as eleições. Chegaram a afirmar que, pela trajetória de um previsível sucesso da Copa, que será um tiro no pé de algumas pessoas (provavelmente estavam se referindo a políticos e outras personalidades da sociedade) e da grande mídia. Isso me preocupa pois essa constatação é unânime em todos os segmentos da sociedade e como foi observado das correntes que conseguiram criar um clima de pessimismo que prejudicasse a realização com sucesso da Copa do Mundo com vistas nas eleições presidenciais, e dentro do clima violento e irracional observados na disputa política a possibilidade de um atentado se torna real.

Comentário ao post:
  

"Para entender o desgaste do governo Dilma"

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