sexta-feira, 1 de março de 2013

A dança

"Eu louvo a Dança, pois ela liberta as pessoas das coisas, unindo os dispersos em comunidade.  

Eu louvo a Dança que requer muito empenho, que fortalece a saúde, o espírito iluminado e transmite uma alma alada. Dança requer o homem libertado, ondulado no equilíbrio das coisas. Por isso eu louvo a Dança. A Dança exige o homem todo ancorado em seu centro para que não se torne, pelos desejos desregrados, possesso de pessoas e coisas, e arranca-o da demonia de viver trancado em si mesmo.  Ó homem, aprende a Dançar! Caso contrário, os anjos não saberão o que fazer contigo."   
(Santo Agostinho)

"Dançar é minha prece mais pura. Momento em que o meu corpo vislumbra o divino, em que os meus sentimentos tocam o real. Religiosidade despida de exageros, desejo lascivo, bordado de plenitude. Através de meus movimentos posso chegar ao inatingível! Posso sentir por todos os corpos, abraçar com todo o coração, e amar com os olhos. Cada gesto significativo desenha no espaço o infinito, pairando no ar, compreensão e admiração. Iniciar uma prece é como abrir uma porta. Um convite para você, para entrar no meu universo. O mágico contorna minha silhueta, ao mesmo tempo que lhe toco sem tocar. Nada a observar, só a participar. Esta prece ausente de palavras é codificada pela alma e faz-nos interagir, de maneira sublime e hipnótica. Quando eu terminar essa dança, estarei certa de que não seremos os mesmos."  
(Merit Aton)

"A consciência se expressa por meio da criação. Este mundo em que vivemos é a dança do criador. Os dançarinos aparecem e desaparecem em um piscar de olhos, mas a dança das partículas continua. Em muitas ocasiões em que danço, sinto-me tocado por algo de sagrado. Nesses momentos, sinto minha alma se elevar e se tornar una com tudo que existe. Eu me transformo nas estrelas e na lua. Eu me transformo no amante e no amado. Eu me transformo no vitorioso e no subjugado. Eu me transformo no mestre e no aprendiz. Eu me transformo no cantor e na canção.  Eu me transformo no Conhecedor e no desconhecido. Continuo dançando e então entendo que esta é a eterna Dança da criação. A Dança de Shiva! O Criador e a criação se fundem em uma única alegria.” 
(Anônimo?)                                                                                                                                                                 Para quem danço?
Nem eu sei...
Danço com as palavras, com as mãos, com os olhos
Danço sozinho no meio das gentes
Danço nu, vestido de azul, ou de negro e até de vermelho já me cobri.
Danço a rir e a chorar
Danço a sonhar

Vivi sempre a dançar, mesmo parado no meu canto
Dançarei sempre, mesmo que a música se cale
Ensaiei passos diferentes para acordes vários
Em alguns, tropecei, até caí
Mas sempre a dançar, nunca desisti
E retomava os passos novos que aprendi
Porque a dança é vida e quando eu parar
É porque morri!
Se é para ti que eu danço?
Danço para mim!

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