quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Dimensão diplomática: a questão peniana

Os belgas são conhecidos como os portugueses dos franceses.

Não é raro se ouvir algo assim: “Sabe a última do belga?” Semana passada, orgulhosamente, os belgas deram o troco. A provocação quase gerou uma crise de proporções incomensuráveis. Saiu nos jornais. Foi assim:

– Francês tem pinto pequeno – disse a mídia belga.

As respostas franceses são impublicáveis numa coluna familiar com esta. A mais frequente seguiu este padrão:

– Fulana não acha.

Tudo começou como uma pesquisa publicada por um pesquisador britânico, Richard Linn, na revista “Personality anda Individual Differences”. Segundo o estudo feito pelo cientista, o grid peniano europeu tem a seguinte composição: na ponta, isto é, em primeiro lugar, os islandeses, com 16,5cm em posição de sentido. Em seguida, os belgas, com 15,85cm cravados. Em terceiro lugar, os italianos, com 15,74cm se bem estimulados. Depois, os ingleses, com 13,97cm, os espanhóis, com 13, 93cm e, lá atrás (opa!), os franceses, com míseros 13,53 cm. A  média europeia é de 14,5cm. Em resumo, os franceses estão abaixo da média. Um vexame. Um fiasco.

A pesquisa aferiu também as dimensões penianas mundiais. Os congoleses enterram todo mundo: 18,034cm. Fenômeno. Já os coreanos, sem diferença geográfica ou ideológica, norte e sul na mesma posição, aparecem em último lugar, com insignificantes 9,652cm. O jornal belga “Le Télégraph” soltou em manchete: “Somos maiores que os franceses”. RTL não hesitou: “As belgas não têm do que se queixar”. Diante de uma suspeita de machismo, a explicação seria gramatical: “Les belges” vale para os dois gêneros: belgas não têm do que se queixar.

A França reagiu por todos os meios disponíveis.

– Isso é pegadinha de inglês – disse um popular.

O jornal parisiense Libération, conhecido por sua irreverência, preferiu não brincar com coisa tão séria. Recorreu a argumentos menos irônicos e mais pesados: a pesquisa não é científica, não tem metodologia, uma mesma equipe deveria ter tirado as medidas no mundo inteiro, Richard Linn é racista, eugenista e charlatão. Em outra pesquisa, sustentou que os alemães têm o maior QI da Europa, o que justificaria suas vitórias em certas batalhas. E as derrotas? Outro popular foi direto:
– Esse Linn deve ter pinto e cérebro pequenos.

Na Coreia do Sul, a reação foi de desdém:

– Tamanho não é documento. Importa o desempenho.

A Coreia do Norte preferiu não comentar. Já um congolês, com algum ufanismo, resumiu a situação:
– Estamos um palmo na frente dos outros.

Francesas teriam tido reações diferentes.

– Puuuff! – teria bufado uma jovem.

– Estou com passagem para o Congo – disse outra.

Especula-se que o caso venha a ser esclarecido por alguma corte internacional. Afinal, tamanho não é documento, mas todo mundo prefere pecar por excesso.

- O Congo é o antigo Congo Belga – ouve-se em Belgrado.

Moral da história: quando o assunto é pinto, precisa-se terminar com uma pegadinha.

http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=3338

Nenhum comentário:

Postar um comentário