domingo, 21 de outubro de 2012

A quebra de paradigmas na criação

Afinal de contas quem inventou o avião: os Irmãos Wright ou Santos-Dumont?Cronologicamente foram os americanos, mas então por que ainda se discute isso? A discussão na verdade gira em torno do paradigma “voar”. O que significa afinal voar? A resposta para essa pergunta nos dirá quem afinal voou primeiro. Se voar significa ser lançado de cima de um precipício, por um estilingue/catapulta, planar por alguns metros e “cair com estilo”, então pode ter certeza que os Wrights foram os primeiros, pois foi exatamente isso que eles fizeram. Se voar significar decolar em um terreno plano, sem ajuda externa, voar por alguns metros e aterrisar em segurança, então com certeza o brasileiro voou primeiro.

O paradigma é trilho que orienta nosso pensamento e quando alguém diz para pensarmos “out of the Box” ela está dizendo exatamente para rompermos os paradigmas. Fazer algo dentro do modelo mental padrão facilita a comunicação, pois nossos receptores não precisarão fazer esforço algum para compreender aquilo que é vigente em sua cultura, mas por isso mesmo nos coloca em lugar comum.

Você já pensou porque o banco da bicicleta tem aquele formato esquisito, que depois de um tempo sentado nele dói a sua bunda e seu cóccix? A bicicleta foi criada na época do velho oeste, e quem a projetou tinha em mente o velho paradigma da sela de cavalo, assento clássico do meio de transporte (cavalo) mais comum da época. Alguns designers que conseguiram romper esse paradigma sugeriram bancos assim:

Portanto, quando estiver criando algo, busque a sua origem e a descarte, tente chegar ao resultado que deseja, mas partindo de um ponto totalmente diferente e inusitado. Rompendo os paradigmas você permitirá que seu cérebro re-combine os elementos de uma maneira totalmente nova, gerando algo inesperado e realmente criativo.
Busque a origem e descarte

A bitola das ferrovias (distância entre os dois trilhos) nos Estados Unidos é de 4 pés e 8,5 polegadas. Por que esse número foi utilizado? Porque era esta a bitola das ferrovias inglesas e como as americanas foram construídas pelos ingleses, esta foi a medida utilizada.

Por que os ingleses usavam esta medida? Porque as empresas inglesas que construíam os vagões eram as mesmas que construíam as carroças, antes das ferrovias e se utilizavam do mesmo ferramental das carroças.


Por que das medidas (4 pés e 8,5 polegadas) para as carroças? Porque a distância entre as rodas das carroças deveria servir para as estradas antigas da Europa, que tinham esta medida.
E por que tinham esta medida? Porque essas estradas foram abertas pelo antigo império romano, quando de suas conquistas e tinham as medidas baseadas nas antigas bigas romanas.
E por que as medidas das bigas foram definidas assim? Porque foram feitas para acomodar dois traseiros de cavalos!

Agora veja: o ônibus espacial americano, o Space Shuttle, utiliza dois tanques de combustível sólido (SRB – Solid Rocket Booster) que são fabricados pela Thiokol, em Utah, nos EUA. Os engenheiros que os projetaram queriam fazê-los mais largos, porém tinham a limitação dos túneis das ferrovias por onde eles seriam transportados, e que tinham suas medidas baseadas na bitola da linha férrea. 

Assim, um dos projetos mais avançados da engenharia mundial em design e tecnologia acabou sendo afetado pelo tamanho do traseiro dos cavalos da Roma antiga!

 Do blog Memento

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