sexta-feira, 9 de março de 2012

A igualdade de direitos em educação

"O número de jovens que sofre depressão dobrou em 12 anos, e centenas de milhares se vêem excluídos da possibilidade de elevar seus níveis de educação e prosperidade... Quando, em 1981, pessoas nascidas em 1958 preencheram um questionário sobre sua saúde mental, 07% apresentaram tendência a depressão não clínica. O número equivalente para o grupo de 1970, entrevistado em 1996, foi de 14 %. A análise indicou que o aumento liga-se ao fato de o grupo mais jovem ter crescido com maior experiência de desemprego. A probabilidade de que portadores de diplomas tenham depressão era um terço menor". (John Carvel, Depression on the Rise among Young - guardian - 27-12 - 2002)

Citação feita por Zygmunt Baumann no livro: Vidas Desperdiçadas - Jorge Zahar Editor - 2005.
"Praticamente, em toda a história da civilização, a Educação tem sido para a elite, e as práticas 
educacionais têm refletido a orientação elitista". (Blankenship e Lilly - 1981.)

Precisamos compreender, que modernamente o que é importante nas pessoas e nas escolas, e na cultura é o que é diferente, não o que é igual, não o que é padronizável. Despertamos em tempo de privilegiar as personalidades humanas genuínas, que são o conjunto das qualidades, que caracterizam um indivíduo, ou seja, a sua própria personalidade.

O nosso imaginário criativo é a nossa essência de ser. Em todas as esferas da vida acontece o mesmo. Idéias são os começos de todas as coisas.

Por que o nosso Brasil está violento, desigual e elitista? A resposta está em erradamente acreditarmos e investirmos numa educação dirigida só para o crescimento econômico e abdicarmos da responsabilidade ética e não nos sensibilizamos com a justiça social. É impossível negar a existência de milhares de favelas abandonadas a própria sorte. Vivemos numa sociedade excludente, somos atormentados com a sobrevivência, com a falta de perspectiva, com a falta de emprego. Estão trancadas as nossas possibilidades do vir a ser.

Esta busca precisa começar pela escola que sempre assumiu seu papel fundamental na formação de valores como solidariedade, eqüidade, bem comum e democracia. A escola é a única que pode edificar o saber, estimulando o debate da ética, direitos humanos, diversidade, participação política, e paz dentro das salas de aula. Ela é uma importante vertente de cidadania, da segurança, da proteção e inserção da criança, do adolescente e do jovem em seu meio social.

Os professores brasileiros são verdadeiros heróis, nesta missão humanística. Tremendamente mal remunerados realizam o impossível.  Pagar mal os professores, não investir na estrutura pedagógica, não reconhecer a validez do trabalho humanístico dos professores é não desejar a inclusão social.

Há décadas a educação tem sido negligenciada. As escolas estão tristemente paupérrimas. O que ocorre dentro das escolas cotidianamente em ameaças verbais, em agressões físicas, em frustrações por falta de estrutura, impede um bom trabalho. Os jovens vivem em bairros violentos, alcoolismo, drogas, tráfico, violência doméstica, resolução de conflitos com base na agressão verbal ou física, estimulando esses jovens a agir conforme o que vivenciam diariamente.

"O Estado social está se tornando aos poucos, mas de modo inexorável e consistente, em um Estado de guarnição como o chama Henry A.Giroux, descrevendo-o como um Estado que cada vez mais protege os interesses das corporações globais, transnacionais, enquanto aumenta o grau de repressão e militarização do front doméstico. Os problemas sociais são cada vez mais criminalizados, somas bilionárias são utilizadas. A repressão aumenta e substitui a compaixão. Problemas reais como a redução do mercado imobiliário e o desemprego maciço nas cidades - como causas da questão dos sem-teto, da ociosidade juvenil e da epidemia das drogas - são desprezadas em favor de políticas associadas à disciplina, ao refreamento e ao controle". (Henry A. Giroux - livro: Global Capitalism and the Return of the Garrison State, Arena Journal, 19, 2002, pág 141-60) Citação feita por Zygmunt Bauman - Livro: Vidas Desperdiçadas - Ed.Zahar - Rio de Janeiro - 2005.

No jogo da inclusão/exclusão o que custa mais caro? A construção permanente de presídios ou a construção permanente de escolas? A contemporaneidade não acredita em reabilitar, reformar, reeducar e devolver a ovelha desgarrada ao rebanho. Gasta para punir e jamais para reabilitar. Por que? - Acham que a sociedade de consumidores competentes não tem lugar para os consumidores falhos, pobres, incompletos, imperfeitos. A modernidade pratica a paranóia sádica de que os pobres são refugos descartáveis. Precisamos do brilho da bondade divina que diz que todos somos iguais.

Matéria completa:
http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/29-02-2012/33021-igualdade_educacao-0/

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