quinta-feira, 9 de junho de 2011

Democracia. A grande mentira.

Esse arrazoado não visa um estudo sobre o conceito de democracia, e sim uma observação sobre alguns dos últimos Post, e seus comentários, aqui no blog do Nassif e que me levaram a indagação: 

-Realmente vivemos em uma sociedade democrática?

Democracia no sentido amplo supõe como fundamentos, a liberdade e a igualdade. Princípios cujas bases são encontradas no espírito de respeito às diferenças que existem entre as pessoas e povos, consequentemente, o equilíbrio dos seus diferentes interesses.

Nítida a observação, a partir dos Post trazidos, que a sociedade se torna cada vez mais intransigente em relação às opções sexuais, raciais, políticas, regionais e tantas outras que demonstram o desrespeito pelas diferenças entre pessoas e povos. Em nome da liberdade fere-se o outro pilar da democracia que é o da igualdade.

A liberdade deve ser utilizada de forma responsável para que não desestabilize a igualdade entre pessoas e povos.

A igualdade esquecida precisa ser manifestada pelas pessoas e principalmente pelos poderes com o escopo de trazer equilíbrio nas relações e confiança no próprio sistema.

Desequilíbrios da liberdade e igualdade apresentados nos Post.

Manifestações no Oriente.
Os amplos debates trazidos ao blog demonstraram a falta de igualdade nas ações dos países defensores da democracia, que tratam alguns regimes com a intervenção bélica e outros igualmente sanguinários com indiferença, mostrando uma democracia capenga, de duas vias, e que serve apenas para balisar os interesses econômicos dos mais fortes. Paladinos que defendem regimes ditatoriais e condenam outros legitimamente eleitos pelas urnas.

Manifestações na Espanha, Portugal, Grécia e Avenida Paulista.
As matérias trazidas demonstraram que manifestações pacíficas foram reprimidas pelas polícias. No Brasil, enquanto vimos a repressão policial na Paulista, observamos, em Brasília, a segurança policial garantindo a manifestação contra o kit homofobia.

Mayara, Bolsonaro e outros.
Declarações que trazem o desequilíbrio não podem ser justificadas pela liberdade de opinião tão propalada no mundo moderno. Essas declarações incitam e ampliam a intransigência entre as pessoas e os povos, trazendo o conflito, e suas manifestações têm que ser impedidas pelo ordenamento legal. A desigualdade na punição dos atores conjuga a falta de confiança no sistema.

Daniel Dantas, Abdelmassih, Pimenta Neves, Satiagraha e outros.
A falta de igualdade na aplicação da norma jurídica é outro fator que traz a desconfiança no sistema. A diferença na apuração e aplicação da pena entre os ricos e pobres é gritante. Fica o sentimento de impunidade, favorecendo o aumento da criminalidade.

Agressões a gays, queima de pobres e de índios, e outros.
Aumentam o número de agressões aos desiguais em número alarmante, provavelmente pela sensação de impunidade dos “mais iguais”.

Imprensa com liberdade é democrática?                                  
É curioso como no caso Palocci, a oposição e a mídia lançaram, de imediato, suspeitas sobre o comportamento do Procurador Geral da República que mandou arquivar a representação contra o ministro.  Mas ninguém teve a mesma atitude em relação à decisão do Superior Tribunal de Justiça de anular as provas do processo por suborno movido contra Daniel Dantas.

Democracia no sentido mais restrito, eleições livres, representatividade, também deve ser questionado.

Alguns exemplos:

A bancada ruralista tem cerca de 150 deputados, um número pelo menos três vezes maior que a bancada ambientalista. Esta proporção reflete o que pensa a sociedade?

No Post   A crise dos partidos políticos , Enviado por luisnassif, seg, 06/06/2011 - 12:37                   De Priscila

... “os partidos foram se transformando em meros cartórios eleitorais para a concessão de legendas, sob a influência crescente do poder econômico sobre as instituições políticas.
É grande a diferença entre um partido e uma facção. A facção é um ajuntamento de interesses, onde prevalecem as ambições pessoais. A convivência democrática é característica do partido, o autoritarismo a marca da facção.
A crise da democracia representativa faz que os partidos – mesmo os mais ciosos de sua identidade – degenerem em facções.”... 

Na UE, partidos de centro esquerda foram eleitos com propostas de centro esquerda, por eleitores de esquerda e centro esquerda e fizeram um governo de centro direita. Isso é democrático?
Essas observações extraídas das leituras diárias no blog do Nassif me deixaram com uma sensação que a democracia e liberdade no mundo atual são conceitos utópicos, usados para justificar os excessos dos países e pessoas que se acham superiores.

Não devemos crer liberdade como sinônimo de democracia.

Democracia só acontece com o exercício da “máxima” da Revolução Francesa.

Liberté, égalité, fraternité.

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