segunda-feira, 13 de outubro de 2025

A ética no antigo Egito (o que nos falta hoje)

A ética egípcia antiga estava intrinsecamente ligada ao conceito de Ma'at (ou Maat).
Ma'at pode ser entendida como:

Ordem e Equilíbrio Cósmico: Representava a ordem universal, a harmonia, a verdade, a justiça e a retidão, estabelecidas pelo deus criador no início dos tempos. Era o estado ideal do universo.

Princípio Moral e Ético: Era o modelo de comportamento humano, um conjunto de preceitos éticos que guiavam a vida dos egípcios.

O objetivo de todo indivíduo era viver em conformidade com Ma'at, opondo-se ao caos (chamado Isfet).

Justiça e Retidão: A vida deveria ser vivida com honestidade, respeito à propriedade alheia e bondade para com os outros.

Aspectos Centrais da Ética de Ma'at:

A Confissão Negativa: Os princípios morais de Ma'at são mais conhecidos através das chamadas "Confissões Negativas" presentes no Livro dos Mortos (e em outros textos funerários). No julgamento após a morte (a Pesagem do Coração), o falecido devia recitar perante os deuses 42 negações, declarando não ter cometido uma série de pecados e transgressões contra Ma'at.

Exemplos de confissões: "Eu não pequei", "Eu não roubei com violência", "Eu não assassinei", "Eu não proferi mentiras", "Eu não agi com raiva maldosa", "Eu não caluniei", "Eu não fiz sofrer", "Eu não desviei comida".

Vida Pós-Morte: O destino da alma dependia de quão bem o indivíduo havia vivido em conformidade com Ma'at. No julgamento de Osíris, o coração do morto era pesado em uma balança contra a pena de Ma'at. Se o coração fosse mais leve que a pena (livre do peso do pecado), o falecido era digno da vida eterna.

Em resumo, a ética egípcia era uma ética de responsabilidade pessoal e social baseada na manutenção da Ordem (Ma'at) e na abstenção do Caos (Isfet), visando não apenas o bem-estar na vida terrena, mas também a salvação na vida após a morte.

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