quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O transtorno de ansiedade generalizada

O transtorno de ansiedade generalizada afeta o “alarme interno” chamado de amígdala, uma região cerebral também conhecida como a parte emocional do cérebro, segundo Rossafa. 

Irritabilidade, sensação de nervos à flor da pele, alterações do sono, preocupação excessiva, dificuldades com a memória que afetam o dia a dia, sentimento de alerta constante podem vir associados a sintomas físicos como dor no peito, falta de ar, formigamento nas mãos, alterações intestinais, entre outros.

“A primeira forma de se ajudar é não se atrapalhar. Excesso de café, falta de exercício físico, sono desregulado, bebidas energéticas e alcoólicas, falta de rotina são alguns fatores que pioram a ansiedade. O fato é que o tratamento abrange vários fatores e o paciente pode começar eliminando o que lhe faz mal e em conjunto aprender técnicas específicas”, explica a médica psiquiatra.

Dicas:

1. Respiração diafragmática: colocar a mão no abdômen abaixo do peito e acima do umbigo (é o abdômen que desce e sobe nessa respiração e não o tórax). Inspira-se lentamente pelo nariz por 4 segundos; segurar o ar por 2 segundos e solta o ar em 6 segundos pela boca. Fazer até 4 vezes a técnica quando estiver em crise de ansiedade.

2. Mindfulness, “musculação cerebral”: é a prática de se concentrar no presente, através de âncoras como a respiração, o corpo. O praticante se concentra na respiração e sensações do corpo, no ambiente em que está inserido. É normal se distrair durante o processo. Trazer a atenção de volta à respiração faz parte do treinamento.

3. Exercícios físicos: em geral todo exercício pode ajudar, mas tratando-se de tentar acalmar a mente e reconectá-la ao corpo, os estudos têm mostrado que o Yoga é uma excelente técnica a se aderir.

4. Terapia cognitivo-comportamental: também é uma das abordagens da psicologia eficazes para tratamento de ansiedade. A TCC entende a forma como cada pessoa vê, sente e pensa com relação a uma situação que causa desconforto, dor, incômodo, tristeza ou qualquer outra sensação negativa. O objetivo principal é identificar padrões de comportamento, pensamento, crenças e hábitos que estão na origem dos problemas, indicando, a partir disso, técnicas para alterar essas percepções de forma positiva.

5. Uso da medicação: os inibidores da recaptação de serotonina são a primeira escolha, que são medicações seguras e não causam dependência (sertralina, fluoxetina e escitalopram). O objetivo é que o paciente mude seu estilo de vida, inclusive alimentar, para que o tratamento tenha sucesso. Sem esquecer que alterações da tireoide, problemas cardiológicos e outras doenças clínicas podem gerar ansiedade.

A psiquiatra Milliane Rossafa ainda pontua que cada caso é avaliado individualmente, “Então, a medicação que serve para uma pessoa talvez não sirva para outra. É imprescindível que o paciente não se automedique. Muitas vezes indicamos 'medicações de alívio' nos casos de crises de pânico ou de ansiedade como os benzodiazepínicos (clonazepam, alprazolam) para reduzir ou frear as crises mais intensas”, afirma.

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