“O interesse do diálogo Lísis não está no assunto da discussão mas na maneira em que se desenrola.
Sócrates questiona dois jovens, amigos próximos, sobre o que é amizade.
Eles estão certos de que sabem, mas quanto mais eles tentam explicar menos eles sente que realmente sabem.
Eles percebem, com a ajuda de Sócrates, que todas as declarações que eles fazem são insatisfatórias.
Mas sua meta não é de modo algum resolver-lhes as dificuldades. Ele diz que sabe tão pouco quanto eles.
Este método de ensino é a marca de Sócrates entre os grandes professores da humanidade.
Todos os outros estariam preocupados em dar a Lísis e a seus amigos uma grande concepção de amizade, em direcionar-lhes a um elevado ideal, em formar em suas mentes juvenis um molde de nobreza que pudesse persistir.
É certo que Sócrates poderia ficar satisfeito fazendo tudo isso; a razão por que ele não tentou é que ele não acredita que isso possa ser feito.
Era sua convicção que a verdade não pode ser ensinada, ela tem de ser procurada.
Seu único desejo ao conversar com os rapazes era fazer-lhes usar suas mentes.
Para ele o melhor que lhes havia de ser feito era despertar-lhes para a reflexão.
Desse modo eles poderiam finalmente direcionar a atividade a seu próprio mundo interior e examinar a si mesmos...
— “A vida que não é examinada não merece ser vivida” — e aprender a conhecer a si mesmos.
Então, e só então, eles poderão descobrir a centelha do bem que há dentro deles, que eles sozinhos podem transformar em chama.
Entre os diálogos, Lísis não tem paralelo como uma ilustração do método de Sócrates.”
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