O Platonismo designa uma corrente filosófica baseada nas ideias do filósofo e matemático grego Platão (428 a.C.-347 a.C.), discípulo de Sócrates (470 a.C-399 a.C).
Mundo das Ideias
Platão achava que existia uma realidade abstrata dentro da realidade material. Essa realidade abstrata seria o Mundo das Ideias, que é o responsável por dar forma a tudo que nós conhecemos no mundo material.
O Mundo das Ideias seria o lar de todas as ideias primordiais, ou seja, é apenas lá que se pode encontrar as ideias imortais e perfeitas. Tudo o que vemos aqui é apenas uma sombra do que realmente existe lá.
Para Platão, existem dois mundos, ou seja, a realidade estava dividida em duas partes:
O mundo sensível (mundo material), mediados pelas formas autônomas que encontramos na natureza, percebido pelos cinco sentidos.
O mundo das ideias (realidade inteligível) denominado de “mundo ideal”, ou seja, aproxima-se da ideia de perfeição de algo.
Assim, segundo ele, a verdade suprema e absoluta, além da felicidade, somente é possível encontrar a partir do mundo das ideias, donde localiza-se a essência das coisas.
De tal maneira, o que percebemos no mundo sensível ou material é enganoso, ilusório e instável. Enquanto no mundo das ideais, atinge-se a felicidade pelo encontro do conhecimento supremo da realidade, o que correspondente a ideia de bem.
Em resumo, através do conhecimento é possível transcender do mundo material ao mundo das ideais e contemplar as ideias perfeitas, alcançando assim, a felicidade.
Teoria das Almas
Na filosofia de Platão encontramos a dualidade entre a alma e o corpo. Segundo ele, o ser humano era imortal e essencialmente alma, donde ela pertencia ao mundo inteligível (apreendido pelo intelecto) e não o mundo sensível (apreendido sobre os sentidos).
Platão e a política
Na política, Platão contribuiu com sua maneira humanista de refletir sobre o homem e uma sociedade justa.
Para ele, a Política era considerada uma das mais nobres atividades, posto que estava relacionada com a pólis, ou seja, as cidades gregas e a organização da vida dos cidadãos.
Em sua obra “A República”, reflete sobre a construção do bem para todos os cidadãos, a função social de cada um, tal qual como as atividades básicas realizadas na pólis.
Sendo assim, Platão caracterizou as atividades essenciais da pólis em três instâncias, as quais levavam em conta a aptidão de cada um:
Administração da pólis
Defesa da cidade
Produção de materiais e alimentos
Observe abaixo um trecho da Obra “A República”:
“Ao fundarmos a cidade, não tínhamos em vista tornar uma única classe eminentemente feliz, mas, tanto quanto possível, toda a cidade.
De fato, pensávamos que só numa cidade assim encontraríamos a justiça e na cidade pior constituída, a injustiça. (...).
Agora julgamos modelar a cidade feliz, não pondo à parte um pequeno número dos seus habitantes para torna-los felizes, mas considerando-o como um todo.”
Um dos pilares da Academia de Platão é a inspiradora ideia de que a Justiça é possível quando cada um faz a sua parte visando ao bem comum
Platão qualificou de raiz e tronco de todos os males, ou seja, “a ausência de conhecimento” e suas múltiplas perversões, como as superstições de cunho religioso, o negacionismo científico e outras insanidades hoje realimentadas exponencialmente pelas bolhas digitais. Uma fake news pode não ser fruto da ignorância, mas sua aceitação passiva certamente é.
Quais as principais ideias de Platão?
Dentre as colaborações filosóficas de Platão, vamos citar – brevemente – as mais relevantes:
Dialética platônica: era uma técnica de extração de uma conclusão (síntese) com base em duas ideias opostas (tese e antítese).
Idealismo platônico: baseava-se na noção de que o conhecimento das Ideias (formas puras das coisas) eram imutáveis e perfeitas, e era o único conhecimento verdadeiro. O conhecimento sobre a matéria, obtido pelos sentidos, era enganoso.
Mundo das Ideias: o conhecimento ideal estaria, segundo o filósofo grego, no Mundo das Ideais, instância metafísica racional que só poderia ser alcançada pelo intelecto.
Política: existem três tipos de caráter que moldam as almas das pessoas. Cada tipo deveria ocupar um cargo na sociedade, a fim de formar uma perfeita harmonia na pólis: Caráter concupiscível (ligado à liberdade, aos desejos, ao trabalho manual e artesanal), Caráter irascível (ligado aos impulsos de raiva e aptos ao serviço militar) e Caráter racional (mais próximo da racionalidade, da justiça e da capacidade de governar, ou seja, de atuar na política).
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