Um monge beneditino nos convida a experimentar uma justa e boa satisfação em relação à nossa própria vida
“Estar contente com a própria sorte é a maior riqueza”, diz o provérbio. Um tesouro difícil de considerar, sobretudo quando estamos eternamente insatisfeitos.
No limite entre a psicologia e a espiritualidade, o monge beneditino alemão Anselm Grün fornece pistas para amar a vida como ela é.
A justa e boa satisfação de quem se contenta com o que tem e agradece pelo que lhe é dado. É aquele que não reclama, mesmo que a vida não seja um mar de rosas. Um sentimento que leva à alegria e à felicidade.
Como atingir esse patamar. Aqui estão alguns caminhos.
1- Encontre a paz interior
Pré-requisito para a serenidade: paz interior.
Isso significa aceitar-se como você é, estar em sintonia consigo mesmo, aceitar suas fraquezas.
Tudo o que aceito de mim me permite viver livremente. Não sinto a pressão de ter que me encaixar em um molde”
Aquele que está em paz consigo mesmo fica mais facilmente satisfeito com o que o cerca.
2 - Cultive a simplicidade e a modéstia
Uma das fontes de satisfação reside em não ter exigências muito altas. Cultivar a simplicidade, amar a moderação, adotar a modéstia: tudo isso contribui para sentir satisfação. Não se trata de resignar-se, mas de contentar-se com o que a vida nos oferece, em vez de querer sempre mais ou sempre melhor.
3 - Seja gentil consigo mesmo
Os insatisfeitos são duros consigo mesmos. Ficam pensando que poderiam ter feito melhor, comparam-se com os outros e se repreendem.
Enquanto me comparo, não posso estar satisfeito com o que sou e com o que possuo. Nesse sentido, Soren Kierkegaard acreditava que a comparação marca o fim da felicidade e o início da insatisfação”.
Para o monge alemão, “estar satisfeito e sereno é aceitar o que foi.
4 - Pratique a gratidão
A satisfação está intimamente ligada à gratidão.
Anselm Grün exorta a não pensar no que não tenho, mas a agradecer pelo que tenho.
O filósofo búlgaro Omraam Mikhaël Aïvanhov disse: “No dia em que me acostumei a pronunciar conscientemente a palavra obrigado, senti que tinha uma varinha mágica capaz de transformar tudo”.
“Cabe a cada um de nós decidir se quer olhar para o passado com um olhar amargo ou um olhar de gratidão. O passado é o que é, você não pode mudá-lo. Mas se olharmos com olhos de gratidão, em vez de reclamar do nosso destino, o veremos de maneira diferente”.
5 - Confie na misericórdia de Deus
Um dos caminhos espirituais para alcançar a paz interior e a serenidade reside na confiança que depositamos no amor incondicional de Deus por cada um de nós. Deus nos chama à santidade, não à perfeição. O insatisfeito pode imaginar que Deus o quer perfeito. Mas “Deus ama-me tal como sou”, sublinha o monge. “Ele não espera que eu compre seu amor com meu desempenho ou comportamento impecável.”
Como um pai ama seu filho incondicionalmente, e não em relação ao que ele realiza, Deus ama cada uma de suas criaturas. Ele não disse, dirigindo-se a todos, no batismo de Cristo: “Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição” ( Mc 1, 11 )?
Fonte: La joie des petites choses, Anselm Grün.
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