A humanidade tem seus tipos sonhadores,
de um idealismo meio marginal,
em proporção muito inferior à que compõe a imensa maioria
feita dos que simplesmente não se importam
ou daqueles que se orgulham de sua condição de membros do lado negro da força sem nenhum pejo.
Impossível pensar numa vida meramente digna sem os poucos heróis que nos livram das tantas ciladas do mundo,
um lugar francamente hostil aos ingênuos e aos puros de coração,
numerosos, mas desde sempre acossados pela maldade humana.
E como lidar com a evidência inescapável de que é precisamente o mal quem conduz boa parte das relações do homem,
começando em certas famílias para daí migrar para ambientes de trabalho em todas as áreas,
e se metamorfosear, com muito zelo, de lagarta em borboleta para voejar com alguma graça pelos vínculos mais íntimos que se pode estabelecer com outra pessoa?
Tornar-se cada vez mais recluso, como o molusco inerte e apavorado dentro da concha,
ou admitir a realidade cínica de que são raros os que prezam por honestidade
e mergulhar de cabeça no lago escuro da mentira, temendo se ferir em algum rochedo que a luz do sol não alcança?
Giancarlo Galdino
Nenhum comentário:
Postar um comentário