domingo, 22 de agosto de 2021

Depressão

O oposto da depressão não é a felicidade, é a vitalidade
de Juliana, amenteemaravilhosa.com.br
1 de August de 2021 10:05

O oposto da depressão não é a alegria ou a felicidade, é a vontade de viver. Como a pessoa com depressão não sente apenas tristeza, o que ela percebe é que está presa em um buraco negro onde não entra luz, desejo ou esperança.

O oposto da depressão não é a felicidade, mas a vitalidade. Isso porque o transtorno depressivo não é sinônimo exclusivamente de tristeza. É mais do que isso e, às vezes, mesmo quando sentimos tristeza, nós nos percebemos como pessoas que possuem vitalidade, com vontade de criar novas coisas e de nos expressarmos plenamente. A depressão, no entanto, nos bloqueia em todos os sentidos, saciando nossa vontade, nosso espírito e, acima de tudo, nossa esperança.

Essa ideia, a da falta de vitalidade, foi posta em evidência pelo escritor e professor de psicologia da Universidade de Columbia, Andrew Solomon, em seu conhecido livro “O Demônio do Meio-Dia”. Nesse trabalho, ele falou da sua própria experiência com a doença e também registrou o testemunho de um grande número de pessoas que, durante anos, conviveram com a depressão.

Algo que aprendemos com este livro e, principalmente, com o dia a dia de quem enfrenta essa condição – em todas as suas formas – é que nos falta força para viver. A depressão é um lamento silencioso de quem sente que lhe falta tudo, de quem não encontra sentido em nada e de quem se sente preso por uma mente e por um corpo sem impulso e sem energia.

Pensar na depressão como algo isolado também nos leva ao erro. Não estamos enfrentando uma gripe, não é uma infecção que pode ser tratada com antibióticos. Quem enfrenta depressão não precisa ser incentivado ou encorajado a rir, porque o que a pessoa vivencia não é apenas tristeza. Precisamos de diagnósticos precisos, abordagens terapêuticas multidisciplinares e de uma maior consciência social.

-Andrew Solomon

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