terça-feira, 28 de janeiro de 2020

O silêncio que nos cura

O silêncio que nos cura

Neurocientistas, estudiosos dos mecanismos cerebrais, estão descobrindo a dimensão terapêutica do silêncio. Dizem que, em contraposição ao ruído, o silêncio está se revelando um antídoto fundamental de prevenção, por exemplo, em distúrbios mentais como a depressão ou na doença de Alzheimer. E no bem-estar geral do organismo, a começar com um sono melhor e mais profundo.

E esses mesmos especialistas na dinâmica do cérebro e da memória alertam, por sua vez, para a falta de espaços de silêncio em nossa civilização do ruído, à qual se acrescentou o estrondo das redes sociais. O silêncio hoje se esconde, envergonhado, nos nichos dos que estão descobrindo suas vantagens para o corpo e para a alma.

Se a busca do silêncio foi um dia objetivo dos mosteiros, onde, aliás, os monges que tinham escolhido o silêncio viviam até 20 anos mais do que as pessoas comuns, hoje começa a ser uma busca das pessoas mais aprisionadas pelo ruído físico ou mental.

Se um dia o silêncio foi um luxo de poetas e místicos, hoje sua prática está se disseminando e é recomendada pelos médicos, na forma de meditação, exercícios de ioga ou fuga do barulho das grandes cidades para buscar, na nostalgia da cidadezinha perdida da infância, o silêncio da natureza.
(...)

Existem os silêncios da leitura e o barulho da ignorância. Grita-se para ocultar as razões que nos faltam. O silêncio é indecifrável, mas impõe respeito.
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Muitos dos males da mente são causados ​​por excesso de ruído. Há barulhos que descompõem a mente e a arrastam para a depressão, e silêncios que nos recompõem e nos harmonizam. As inimizades são ruído. Os abraços são silêncio.
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de Juan Arias,brasil.elpais.com
14 de Janeiro de 2020 

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