sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Jamais Serão Gustavo Black Alien

Agora o quê?
Então, do que se trata
Eu sei do que eu me trato
Olha em volta quanta gata, é fato
Muito além do pó no prato
Fritar no quarto
Poeira lunar no ar, espetacular, novato
A minha mente cria meu inferno e melodia
Minhas crias, meu caderno, beat quente, noite fria
Quem diria, no meu terno predileto eu sou filmado
Puro dialeto no BMW insufilmado
Black Alien on the microphone, friends call me Gus
Vice versa, my verse to the universe
Niterói a Londres, Nova York, Lisboa, Paris
Numa boa em Tókio
Talkin’ worldwide, music please
Essa é a vida que eu sempre quis, nem sabia
As ruas ouvem o que a gente diz, eu sabia
De noventa e três, onde estava, esteve, fez?
Dropo versos pra vocês no meu português-inglês
O mundo nunca vai mandar em mim
Prefiro o som do cantonês, eles impõem o mandarim
Enfim, eu quero que se foda
Eu vou até o fim, espadachim no estilo mestre Yoda

Só se fala groselha
Meu silêncio é caridade
Se eu for agir na velha, hm
O que eu penso de verdade é
Presidentes são temporários, baby
Meu despertar, temporão
Música boa é pra sempre
E esses otários jamais serão

Eu bebo jazz, blues, soul, reggae, funk, rocknroll
Respiro hardcore, punk, o flow do Speed, speed flows
Conta quantos Benjamins nessas notas de 100 dólar
Quantos vêm à mim dizendo “Black é nossa escola”
Uns de coração, outros da boca pra fora
Pois da boca pra dentro, a alma não colabora
Nunca tive a pretensão, se não me falhe a memória
Nem vou sair na mão, só uso o pé a qualquer hora
Ossos do ofício, são os ossos do ofício
Se vêm de vacilação, quebramos ossos no ofício
Eles dizem que acabou, informo: Não, é só o início
Beatmakers, velhos sócios no meu mais antigo vício
Conto meus problemas pros meus amigos de hospício
E aí paro de reclamar que alguma coisa tá difícil
A zona de conforto é o lugar aonde os sonhos morrem
Zona de conflito é onde esses covardes correm

Jamais Serão
Gustavo Black Alien

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