segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Carlos Castañeda

"Don Juan e eu nos tornamos amigos. Eu achava o jeito dele muito tranquilizador e seu senso de humor era magnífico; mas, acima de tudo, achava que havia em seus atos uma coerência muda, um harmonia que para mim era completamente inexplicada. Em sua presença, eu sentia um prazer estranho e, no entanto, também sentia um inexplicado desconforto. A simples companhia dele me obrigava a fazer uma tremenda reavaliação dos meus padrões de comportamento."

Estávamos conversando a respeito do meu interesse pelo conhecimento; mas, como sempre, estávamos em setores diferentes. Referia-me ao conhecimento acadêmico que transcende a experiência, enquanto ele falava do conhecimento direto do mundo.
- Sabe alguma coisa do mundo que o rodeia? -  perguntou.
- Sei muitas coisas diferentes - respondi. - Quero dizer, sente o mundo em volta de você?
- Sinto tanto do mundo e volta de mim quanto posso.
- Isso não basta. Tem de sentir tudo, senão o mundo perde o sentido."

"É preciso fazer palhaçadas para formar um temperamento leve e doce para poder suportar o impacto e a estranheza do mundo."

"Há uma distinção entre olhar e ver.
"Olhar" é a maneira comum de perceber o mundo, enquanto "ver" é um processo mais complexo, é o função de perceber a essência das coisas do mundo."

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