Se Narciso, o personagem mitológico que caiu na água por estar contemplando sua reflexão, vivesse hoje, inundaria suas redes sociais com selfies nas quais apareceria em primeiro plano mostrando seu físico invejável e sua vida perfeita.
Vivemos em uma época em que o narcisismo penetrou profundamente: buscamos a aprovação de amigos – embora seja mais apropriado dizer seguidores, o que não é o mesmo – em redes sociais, para nos sentirmos bem em relação a nós mesmos. E toda vez que recebemos um “like”, nosso ego cresce. Para obter esses “gostos”, muitas pessoas projetam uma versão idealizada de si mesmas, alimentando o personagem que desejam e não o que realmente são.
O narcisismo digital é expresso por meio de uma série de ações “extremas”, como tirar um grande número de selfies ou compartilhar momentos, que poderíamos classificar como muito íntimos, de suas vidas, praticamente todos os dias.
Pior de tudo, muitos dos narcisistas digitais não estão totalmente conscientes disso. Atolado no paradoxo “hypermodern”, consideram-se como “eficaz e adaptável maduro, responsável, organizado; adultos abertos, críticos e céticos; mas por sua vez são não estruturados, instável, impressionável, frívolo e superficial “, como observou o filósofo e sociólogo Gilles Lipovetsky.
escrito por Jennifer Delgado Suárez,
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