terça-feira, 18 de junho de 2019

Investigação de fatos: Conteúdo ou fonte?

O Poder de Estado fica irritado com as divulgações que revelam as suas tramas escondidas do público como as promovidas por Edward Snowden e as operações da NSA, exilado na Rússia, de Julian Assange, preso na Inglaterra, com o Wikileaks, assim como as de Glenn Greenwald, em processo de divulgação lenta, segura e gradual pelo The Intercept, no Brasil, que envolvem Sérgio Moro, ex-juiz de Direito e ministro da Justiça.

- Os poderosos se constituem, hoje, em uma verdadeira aristocracia. Eles podem tudo. Longe dos olhos da opinião pública.

O pesquisador, autor de dezenas de livros, afirma que é estratégico aumentar o controle sobre os 'donos do poder'.

Não podemos aceitar o 'vale tudo', condena. O que seria o fim do regime democrático, lamenta. As gravações do The Intercept desnudam relações promíscuas entre o Judiciário e o Ministério Público e os conglomerados de mídia. Inconstitucionais, aponta o Youtuber. Ilegais, imorais, antiéticas, registra. O que exige o controle dos representantes pelos representados.

Em 1972, Bob Woodward e Carl Bernstein, repórteres do jornal Washington Post, investigaram o Escândalo de Watergate. O que esta­beleceu a ligação entre a Casa Branca e a espionagem contra o Comitê do Partido Democrata. Uma 'fonte' apareceu, frisa. O 'Garganta Profunda', conta. Ela revelou as operações ilegais e que o presidente da República dos EUA, Richard Nixon, sabia. "A forma como a infor­mação foi obtida não impediu que o escândalo terminasse com a renúncia de Richard Nixon, em 1974."

- As informações divulgadas pelo The Intercept têm o mesmo valor que as reveladas por 'Garganta Profunda'. O que importa é o conteúdo e não a fonte.

As conversas à época entre juiz de Direito Sérgio Moro e procurador Deltan Dallagnoll violam o artigo 254 do Código Processo Penal, analisa o professor universitário. Não é só crime. Desmoraliza a justiça brasileira. O que implicaria no mínimo em uma CPI, no Congresso Nacional, que apure tal tipo de prática que viola o Es­ta­do de Direito no Brasil.

Os diálogos publicados pelo The Intercept revelam um processo de politização da justiça.

O cenário desnuda arbitrariedade, corrupção funcional, rompimento das garantias jurídicas e politicas e autoritarismo, insiste. A crise política e institucional se agravará.

É impossível prever as consequências da divulgação dos áudios, projeta. O que aumenta o caos já existente e mostra que a putrefação do Poder Judiciário não é menor do que a dos demais poderes.

É insustentável a permanência de Sérgio Moro.

- É necessário o fim das ameaças e intimidações contra o The Intercept e os jornalistas que vêm sendo atacados no episódio.

Artigo completo:

https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/396965/O-Estado-de-Direito-est%C3%A1-suspenso-no-Brasil-diz-professor-ap%C3%B3s-esc%C3%A2ndalos-da-Lava-Jato.htm

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