Não existe nenhuma democracia no mundo com governo de militares.
"A civilização do processo político é a radicalização do poder civil. A generalização do poder, pela exagerada presença e ingerência dos generais, é a degradação da política. Nenhuma grande democracia no mundo dá tantos poderes a tantos generais.
Nem os cinco generais-presidentes da ditadura de 1964 deram espaço tão desmedido aos militares como o capitão-presidente da democracia de 2018. O primeiro deles, Castello Branco, tinha só 5 oficiais-generais no ministério. O segundo, Costa e Silva, o terceiro, Garrastazú Médici, e o quarto, Ernesto Geisel, tiveram, cada um, 7 militares em suas equipes de governo. O último da ditadura, João Figueiredo, abrigou 6 militares.
O governo do capitão Jair Bolsonaro terá 9 militares em postos chaves do ministério: um general no Gabinete de Segurança Institucional (Augusto Heleno), outro na Defesa (Fernando Azevedo e Silva) e mais um na Secretaria de Governo (Carlos Alberto dos Santos Cruz). Terá também um almirante no Ministério de Minas e Energia (Bento Costa Lima), outro general no da Comunicação (Floriano Peixoto Vieira Neto), e outro mais na Secretaria de Assuntos Estratégicos (Maynard Marques de Santa Rosa), além de um tenente-coronel na Ciência e Tecnologia (Marcos Pontes), um capitão na Infraestrutura (Tarcísio Gomes de Freitas) e um capitão na Transparência, Fiscalização e CGU (Wagner Rosário).
“Eu sou a favor da ditadura, de um regime de exceção”, confessou Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em 1993,
Os números crus da ditadura louvada com desfaçatez por Bolsonaro mostram a gravidade do que pensa e diz o futuro presidente sobre o regime de exceção.
Luiz Claudio Cunha
Brasil 247
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