O Mundo continua vivendo um duelo entre o antigo e o novo, entre o passado e o presente. Continuamos em um momento de mudança, renovação.
Diante dessa complexidade, parte da juventude teve, e tem, papel de destaque. Rebelando-se contra tudo e contra todos, a juventude procurou criar uma cultura própria, alternativa e ligada ao cotidiano, do seu jeito, fora dos padrões estabelecidos pela sociedade. O jovem queria e quer romper com tudo que é arcaico, "careta"; quer conquistar seu espaço, ter a própria voz.
Assim, foram surgindo os movimentos culturais de juventude que, com estilos e linguagens diferentes, apresentavam os mesmos objetivos: questionar e encontrar caminhos que fizessem a sociedade rever determinados valores e refletir sobre questões até então ignoradas ou superficialmente discutidas, como drogas, sexo, racismo, ecologia, pacifismo, etc. Nesse processo, a indústria cultural desempenhou e continua desempenhando papel fundamental.
Duras batalhas travaram-se ao longo dessas décadas. Ideais foram atingidos e frustrações foram amargadas. Porém, uma coisa é certa: todos os problemas, todas as dúvidas, todas as incertezas e, quem sabe, muitas soluções são frutos dessa evolução sociocultural em que a participação do jovem, crítico e contestador, merece destaque.
Não foi só no campo da moral e dos costumes que a juventude estabeleceu sua luta e reflexão. No plano político, os jovens mostraram que revolução não se faz apenas com ideias, com críticas, reinvidicações e protestos. Isso ficou evidenciado nas lutas contra os regimes autoritários e as ditaduras militares, de direita ou esquerda.
O jovem sempre teve um jeito próprio de levar adiante o seu protesto e a sua luta. Mas é principalmente com sua produção cultural, sobretudo no campo da música, que seu recado pode ser percebido e ouvido.
Nesses últimos anos, as sociedades mais avançadas têm sido marcadas pela informatização em todos os níveis. O ser humano avança em busca da origem do universo e da vida, mas não resolve suas necessidades básicas. O mundo sempre foi feito de contrastes, crises e conflitos, e continua assim até os dias atuais.
Nesse contexto, como devemos encarar o processo da informatização da sociedade? Como um instrumento de dominação para perpetuar as diferenças sociais, ou acreditar que a partir dessa informatização todos os problemas serão solucionados? Antes de tudo, essa revolução tecnológica deve ser analisada como produto das transformações irreversíveis do processo histórico-cultural da sociedade contemporânea. Assim, talvez se abre um novo espaço para movimento jovens de contracultura fazendo com que haja uma efetiva oposição à massificação e à passividade imposta pela indústria cultural.
(...)Será que a juventude de hoje saberá utilizar toda essa tecnologia para novos questionamentos? Será que ela ainda acredita em mudanças e que vale a pena lutar por um mundo melhor, mais justo, mais humano e livre de preconceitos? E será que ela conseguirá levar essas bandeiras as futuras gerações?"
Trecho das "Considerações Finais",
do livro: "Movimentos culturais de juventude", de Antônio Carlos Brandão e Milton Fernandes Duarte.
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