segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Os dois brasis

Vamos botar o pezinho no chão.
Vamos deixar claro, papo de pensadores, não de torcedores; o problema das disputas políticas brasileiro nunca foi a corrupção, pelo simples fato que todos os governos, inclusive os militares, se aliaram a políticos corruptos, pelo simples fato de que bolsonaro está aliado aos bispos Edir Macedo e Silas Malafaia.

"Varre-varre, vassourinha", o mote da campanha de Jânio Quadros, e dele não se pode levantar denúncias de corrupção, foi derrubado pelo que ele afirmava "forças ocultas", no exato momento em que ele procurava fazer uma política de independência que era a grande reinvidicação das massas de todo o continente latino-americano.
Se pergunte o que eram as forças ocultas, se pergunte o que derrubou João Goulart, e sua tentativa de implementação de políticas desenvolvimentista e de independência em relação aos irmãos do Norte.

Getúlio Vargas, basta ler a sua  "carta Testamento", e,  como advogados e adoradores da história temos obrigação de conhecê-la, saberemos que as pressões insuportáveis que o levaram a morte passava exatamente pela sua intenção de implantar no Brasil uma política inclusiva e independente.

Em outras palavras, e voltando a repetir o enunciado acima, o problema político brasileiro nunca foi a corrupção. O problema, a disputa brasileira é, historicamente, entre os que tentam a política de inclusão e independência e, principalmente, entre os chamados desenvolvimentistas e os que pretendem manter o status quo de privilégio a determinada casta e a dependência brasileira ao capital estrangeiro.

Mesmo dentro do período militar, houve uma disputa clara entre esses dois grupos.

Desenvolvimentismo é a política econômica baseada na meta de crescimento da produção industrial e da infraestrutura, com participação ativa do estado, como base da economia e o incentivo ao aumento do consumo. Essa foi a política buscada por Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart e foi a política implementada no período militar do chamado "Milagre Econômico".

"A política econômica praticada durante o governo Costa e Silva rompeu, em certa medida, com a que havia sido praticada pelo governo Castello Branco. A austeridade foi substituída por um projeto desenvolvimentista alinhado a outros interesses ideológicos. A política desenvolvimentista de Costa e Silva visava a estabilizar o crescimento industrial a longo prazo, assim como planejava estimular o consumo e o investimento público."

Então, vamos botar o pezinho no chão para exatamente voltarmos ao fulcro dos problemas brasileiros, a questão política e não a questão moralista.

Vamos enterrar, pelo menos nos nossos debates, sair do moralismo que inclui a corrupção, porque ninguém, apenas eleitor,  defende a corrupção.

E sermos mais inteligentes, como dois dos últimos presidente Estados Unidos que repetiram "it's the Economy".

Sou um defensor da política desenvolvimentista. E voce?

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