terça-feira, 20 de março de 2018

Há perigo na esquina: Um poema sobre Marielle e a guerra interminável,

Há perigo na esquina: Um poema sobre Marielle e a guerra interminável,
de Dudu Guimarães

Uma hora a bomba explode

Na mão da mulher
Na mão da negra
Na mão da periferia
Na mão da Marielle.

Uma hora a bomba explode

Na mão da criança
Na mão da grávida
Não na mão do prefeito
Nem na mão do pastor.

Uma hora a bomba explode

Na mão do cotista
Na mão do estudante
Na merenda da escola.

Uma hora a bomba explode

Não na mão do senador
Nem na mão do deputado
Foi na mão da vereadora
No colo do motorista

Uma hora a bomba explode

Na mão do PM
Na porta da UPP
Na mão do inocente
Talvez no tanque de guerra
Não na mão do Sistema.

A bomba só explode em quem luta.

Uma hora a bomba explode
Em quem paga o imposto
Em quem paga o dízimo
Em quem paga a milícia.

A bomba explodiu na Estácio
Nos comentários das notícias
Na Maré e na casa do Anderson.

A explosão ecoou
Nas ruas de SP
Nas capitais do País
Por todo o mundo
E na sua cara.

Estão matando gente
Estão matando a gente
Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?

huffpostbrasil.com.
18 de Março de 2018

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