sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Intervenção civil, intervenção militar

Muitos comentários preocupados com uma intervenção militar.
Nada pode ser pior do que a intervenção civil de Temer e seu grupo.

Qual o problema, não está entendendo? Vou desenhar.

Ditadura, ou seu eufemismo intervenção, nada mais é do que a retirada do poder do povo.

Então, tanto faz que o poder original seja usurpado pelo militar, por instituições civis pelo religioso, ou seja lá pelo que for.

É muita falta de percepção ou sensibilidade não perceber que estamos, de fato, em um estado de golpe, em uma ditadura.

Querem ver?

De logo, e para começar, o seu voto foi roubado, usurpado, por um impeachment ilegal. O Brasil não é um país parlamentarista onde é possível destituir o chefe do executivo por meio de voto de confiança. Portanto, o poder do povo foi usurpado.

Há uma ditadura em movimento, de forma disfarçada, instituída com objetivos claros de promover ações contrárias à vontade da população cravada no voto.

Vou desenhar mais um pouco. É quase unânime na população que o congresso não representa mais a população, isso é dito por eleitores de direita, de esquerda, de todos os segmentos. Então vamos acabar com essa farsa de representatividade democrática estabelecida no artigo 1º, parágrafo único, da Constituição, que diz:  "Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido".

No que tange ao executivo já se sabe,pela coletividade, que Temer está no lugar que não é dele e que os ministros não realizam ações delegadas pelo voto.

No poder judiciário fica cada vez mais claro a forma dúbia nos julgamentos de acordo com interesses específicos e ocasionais, ou seja, o poder judiciário também não tem exercido as suas funções democráticas obrigatórias.

Outro setor de extrema importância, a mídia, também está sendo questionada em suas funções de informar de forma clara, honesta e imparcial que são exigências em países democráticos.

Está ficando claro que nós não estamos vivendo em um regime democrático?

Talvez você não perceba porque, nós brasileiros, adoramos o jogo do faz de conta, aquele eufemismo  típico que ocorre quando uma pessoa querendo chamar outra de puta se refere dizendo "aquela mulher que troca de marido como se troca de roupa", para quando você questionar o tratamento, perguntando se está chamando de puta e ela responde na cara: - Não! É você que está falando isso.

Mais honesto está o movimento funk que vai direto no assunto deixando o enganatório, quando dizem "fica de quatro que eu vou enfiar logo toda essa porra até fazer doer", ao invés de Temer e o seu governo que está nos lascando e dizendo que não dói e que é para o nosso bem.

Chiii, o conteúdo moral agrediu?
Calma que o problema é muito mais grave. Trata-se de falta de ética e de ilegalidade.

Sabe, tudo acontecendo como está escrito aí em cima. O Brasil prioriza muito mais a moral do que a própria ética ou legalidade. Dilma foi derrubada pelo aspecto moral alegada na tais "pedaladas fiscais". Temer com tanta falta de ética explicitada pela traição de sua presidenta que compunha a sua Chapa Eleitoral, como o seu usurpador governo com inúmeras ilegalidades  praticadas por ele, e ainda assim é mantido no poder.

Portanto, que diferença faz que essas práticas anti-democráticas e ilegais aí acima seja praticada pelo civil ou pelo militar?

Não entrem nesse jogo de cena, desta forma você está ajudando a Temer concluir esse mandato. Aliás, já está bem perto dele concluí-lo, e realizando livremente quase todo o pacote de maldade prometido por ele ainda antes da derrubada de Dilma.

Por isso alguns afirmam que só retornaremos a democracia com o reconhecimento pleno de que a destruição de Dilma se tratou de um golpe e a restituição do governo ao povo.

Então, por que tanto medo de uma intervenção militar?

Por acaso estamos tendo a democracia na representatividade do poder legislativo? Estamos tendo uma democracia pelas ações e projetos do executivo? Estamos vendo o poder judiciário agindo com equilíbrio, com equidistância e fazendo justiça democrática?

Para concluir, e só mais um pouquinho, para provocar;

- se as instituições que teoricamente estabelecem as condições de uma democracia se fecharam em um sistema que excluiu o povo do processo decisório;
- se o legislativo e o executivo formaram uma corrente atando o judiciário, como vimos na triste decisão do STF, que foi obrigado pelo legislativo a reformar a sua decisão da prisão domiciliar de Aécio Neves, e mesmo o caso Temer que com três graves denúncias formalizadas pela Procuradoria Geral da República, ainda assim teve seus processos impedidos de prosseguimento por decisão do legislativo;
- se juiz de primeira instância age acima da lei, com ilegalidade, e tripudiando orientações de órgão superior hierárquico como STF, e nada lhe acontece;
- se vários políticos são mantidos como ministros mesmo respondendo a processos judiciais; .....

Não, não nos iludamos. Com tanto poder dentro de um sistema, não será permitido a restituição da democracia pela normalidade do sufrágio universal.

Por isso, afirmo que nem um governo militar poderia ser pior do que têm ocorrido neste momento no Brasil.

Liberdade democrática, nós do povo não a temos. Estamos resguardando uma falsa democracia que não está nos protegendo como a um todo.

Estamos com esse discurso fictício de democracia apenas protegendo aos que usurparam o poder, aqueles que a serviço de interesses internacionais estão enfraquecendo nossas empresas privadas  permitindo a sua anexação pelo capital estrangeiro; protegendo aqueles que estão vendendo nossas empresas públicas; protegendo os nossos carrasco que estão tirando os nossos direitos; protegendo aqueles que estão novamente trazendo a miséria com o desmantelamento da proteção social.

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