Uma releitura do artigo, "As redes sociais podem ser prejudiciais para a democracia", do site huffpostbrasil.
O termo "bolha de filtro" surgiu em um livro de 2010 do ativista Eli Pariser, que o usou para caracterizar um fenômeno da internet.
Bolha de filtro quer dizer que você cria ou participa de grupos que tem essencialmente a sua mesma opinião. Ou, o que é mais assustador, que terceiros decidam pelos algoritmos o que nós queremos ou devemos saber.
Isso está dentro de uma característica que os psicólogos conhecem, o chamado "viés de confirmação" – que é a tendência das pessoas de apenas procurarem informações com as quais concordam.
E não é só isso. Pesquisas indicam que as pessoas tendem a interpretar os fatos à partir de suas crenças e posições, que nada mais é do que o princípio de transformar fatos em versões.
Tudo isso significa que, se você tende, por exemplo, a não gostar de Dilma, qualquer informação negativa que ouvir ou ler a respeito dela provavelmente vai reforçar essa posição sua, ao mesmo tempo em que você irá ignorar ou rejeitar todas as notícias que sejam favoráveis a ela.
As bolhas de filtro tem dois aspectos– a pré-seleção e o viés de confirmação
Esses dois aspectos conduz a sociedade a uma divisão estanque e fechada entre apenas dois lados, prato cheio para a segregação e os conflitos.
E todos percebem essa polarização em todos os segmentos. Dentro do Poder Judiciário, no Legislativo, nos aspectos sociais e na política como um todo.
Como a maior parte das notícias circula através da mídia social, o Facebook tem sido um fator determinante na aceleração dessa divisão. E como se trata de um instrumento de extrema velocidade e alta capilarização ele é de longe a maior fonte de notícias, muitas delas falsas. Sendo
falsas e repetidas várias vezes acabam sendo vistas como legítimas.
As comunidades de internet têm criado suas realidades sociais. Em seu papel atual, as redes sociais correm o risco de instigar uma realidade social em que grupos diferentes podem discordar não apenas em relação ao que fazer, mas sobre qual é a própria realidade.
Essas notícias falsas, ou fake news, repetidas várias vezes se tornam o que se denominou de "a pós-verdade".
Alguns meios tradicionais de comunicação também têm se aproveitado desta tendência de se criar uma realidade desconectada dos fatos.
Tem se tornado comum nas redes tradicionais de comunicação a implantação de notícias falsas, e muitas vezes articulada em conjunto, que repetidas exaustivamente formam uma "pós-verdade" que atende aos seus objetivos políticos próprios ou aos interesses dos seus patrocinadores ou financiadores.
Artigo original:
http://m.huffpostbrasil.com/2017/11/14/por-que-as-redes-sociais-podem-ser-prejudiciais-para-a-democracia_a_23277023/?utm_hp_ref=br-homepage
Gordon Hull
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