sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

As redes sociais ou de mídia podem ser prejudiciais para a democracia

Uma releitura do artigo, "As redes sociais podem ser prejudiciais para a democracia", do site huffpostbrasil.

O termo "bolha de filtro" surgiu em um livro de 2010 do ativista Eli Pariser, que o usou para caracterizar um fenômeno da internet.

Bolha de filtro quer dizer que você cria ou participa de grupos que tem essencialmente a sua mesma opinião. Ou, o que é mais assustador, que terceiros decidam pelos algoritmos o que nós queremos ou devemos saber.

Isso está dentro de uma característica que os psicólogos conhecem, o chamado "viés de confirmação" – que é a tendência das pessoas de apenas procurarem informações com as quais concordam.

E não é só isso. Pesquisas indicam que as pessoas tendem a interpretar os fatos à partir de suas crenças e posições, que nada mais é do que o princípio de transformar fatos em versões.

Tudo isso significa que, se você tende, por exemplo, a não gostar de Dilma, qualquer informação negativa que ouvir ou ler a respeito dela provavelmente vai reforçar essa posição sua, ao mesmo tempo em que você irá ignorar ou rejeitar todas as notícias que sejam favoráveis a ela.

As bolhas de filtro tem dois aspectos– a pré-seleção e o viés de confirmação

Esses dois aspectos conduz a sociedade a uma divisão estanque e fechada entre apenas dois lados, prato cheio para a segregação e os conflitos.

E todos percebem essa polarização em todos os segmentos. Dentro do Poder Judiciário, no Legislativo, nos aspectos sociais e na política como um todo.

Como a maior parte das notícias circula através da mídia social, o Facebook tem sido um fator determinante na aceleração dessa divisão. E como se trata de um instrumento de extrema velocidade e alta capilarização ele é de longe a maior fonte de notícias, muitas delas falsas. Sendo
falsas e repetidas várias vezes acabam sendo vistas como legítimas.

As comunidades de internet têm criado suas realidades sociais. Em seu papel atual, as redes sociais correm o risco de instigar uma realidade social em que grupos diferentes podem discordar não apenas em relação ao que fazer, mas sobre qual é a própria realidade.

Essas notícias falsas, ou fake news, repetidas várias vezes se tornam o que se denominou de "a pós-verdade".

Alguns meios tradicionais de comunicação também têm se aproveitado desta tendência de se criar uma realidade desconectada dos fatos.

Tem se tornado comum nas redes tradicionais de comunicação a implantação de notícias falsas, e  muitas vezes articulada em conjunto, que repetidas exaustivamente formam uma "pós-verdade" que atende aos seus objetivos políticos próprios ou aos interesses dos seus patrocinadores ou financiadores.

Artigo original:

http://m.huffpostbrasil.com/2017/11/14/por-que-as-redes-sociais-podem-ser-prejudiciais-para-a-democracia_a_23277023/?utm_hp_ref=br-homepage
Gordon Hull

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