Como a televisão, servindo à Casa Grande, nos fez admirar a pessoa dos nossos algozes; falo dos coronéis da elite.
A imagem que a mídia nos mostrou, os coronéis vão além do indivíduo autoritário, arbitrário e injusto. Embora essas características sejam apresentadas, a simbologia do líder carismático e vencedor prevalece em todas as representações.
O coronel nunca é vilão nas novelas da Globo. Não há história televisiva onde o coronel é retratado como ruim e que foi preso pelas maldades cometidas. No fundo, o coronel é sempre uma coisa meio simpática.
Como analisa a professora Suzy dos Santos, coordenadora do Grupo de Pesquisa Política e Economia da Informação e da Comunicação,da Escola de Comunicação da UFRJ:
"O coronel é sempre humanizado. Ele é quase o avô da gente, um senhor meio atrasado, mas sempre com a tônica do humor, sempre um grande amante, sempre muito ligado à família.
Os atores são sempre galãs ou pessoas que a gente não associa ao mal: Antônio Fagundes, Osmar Prado, Paulo Gracindo, Lima Duarte. O coronel é um cara, no fundo, bonzinho."
Desta imagem que a TV nos ensinou é que aceitamos bovinamente o mandonismo e o sub emprego, a concentração de poder e o uso patrimonial do que é público pelas eleites, e a substituição da educação pela violência, como instrumento de controle.
Uma releitura da professora Suzy dos Santos em sua entrevista ao jornal The Intercept Brasil.
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