Deixe de ler a mídia tradicional brasileira. Ela não forma seu conhecimento. Ela lhe manipula sutilmente. O formato dela engesa a mente e não lhe impulsiona à reflexão.
Para você constatar a manipulação da mídia brasileira, leia a entrevista, abaixo, do jornal BBC de Londres. Toda cobertura da mídia nacional no julgamento da corrupção, apenas lhe induziu a julgar, escolhendo culpados e inocentes, sem provocar a inteligência dos seus leitores e telespectadores no sentido de buscar as reflexões necessárias como:
1) todos os políticos e todos os partidos, além de todas as grandes empresas estão envolvidas em esquema de corrupção?
2) se a resposta for afirmativa, questionar o porquê que isso ocorre.
3) apenas depois desses dois questionamentos acima, se pode chegar ao silogismo para indicar quais os mecanismos para evitar a causa de tanta corrupção.
Voltemos à matéria da BBC de Londres sobre a corrupção mundial e brasileira, com o ex-procurador italiano Raffaele Cantone, conhecido na Itália como uma espécie de czar anticorrupção. Ele afirma que a punição a políticos envolvidos em corrupção não reduz a ocorrência do crime se não vier acompanhada de uma mudança na "mentalidade" da população.
Cantone atuou na investigação da violenta máfia Camorra que resultou na prisão perpétua dos maiores líderes.
Você irá perceber que a entrevista - ao invés de lhe conduzir à uma opinião pré-determinada ou simplesmente ao julgamento como ocorre com as matérias da mídia tradicional brasileira - e completamente diferente, muito mais abrangente da formatação e estilo da nossa mídia. Aqui, você observar a que se procura apontar as causas e a partir daí apresentar caminhos para se corrigir a falha estrutural que favorece a consumação deste tipo crime. A cobertura da mídia brasileira estimula o ódio e impulsiona a imbecil procura da "geni":
"BBC Brasil - O que funciona melhor nos países com baixos índices de corrupção?
Cantone - A sociedade civil. O único sistema que funciona realmente é aquele (que envolve) a sociedade civil. (...)
BBC Brasil - Para muitos analistas, o Brasil, com a Lava Jato, vive uma situação semelhante à da época da Operação Mãos Limpas, na Itália. Supondo que a eliminação da classe dominante política aconteça no Brasil, seria uma solução para o fenômeno da corrupção?
Cantone - Não, a experiência italiana nos diz o contrário. (...)
As investigações a respeito de casos de corrupção podem facilitar a substituição de uma classe dirigente dominante, mas não mudam a mentalidade. Se o (ambiente) cultural é o mesmo de antes, não é suficiente. É necessário alterar as regras do jogo. A experiência italiana, nesse sentido, mostrou que, embora a Mãos Limpas tenha sido uma das maiores operações do mundo contra a corrupção, depois de um tempo as pessoas.
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