A esquerda atual, de fato, mais do que comprovadamente, é extremamente infantil. Teórica, não percebe que o que existe é uma guerra.
A incoerência e o segregacionismo dos segmentos de luta da esquerdas é tão extremistas que todos aqueles que não se adequam ao seu pensamento inócuo de otimismo são desprezados, taxados de esquerdistas radicais, de polianas, pessimistas e todo tipo de adjetivação mais.
Os que se arvoram de realistas - de infantil otimismo tipo Cândido de Voltaire - batem nos companheiros de guerra os chamados "pessimistas" que, no entanto, apontam de forma nua, crua e clara o que de fato está acontecendo no país.
Os fatos demonstram que o que ocorre no Brasil não é uma mera disputa política - jurídica muito menos ainda - trata-se de guerra.
Enquanto as esquerdas brincam de conversar a direita vai se divertindo.
Não foi suficiente trazer aqui neste respeitado blog, todos os fatos recentes que indicavam de forma indubitável de que a condenação de Lula correria, mais claramente, já estava decidida antes deste julgamento. Ao contrário, uma série de bordoadas foram deferidas contra aqueles que apontavam o realismo como infiltrado, terceira..., ou mesmo com a tentativa de desacreditar as palavras e os fatos desse os comentaristas apontando de forma pejorativa os dizeres tipo então, sugerem que fiquem de braço cruzado, e outras cositas Más.
O caminho, também, tão pouco é, como sugeriu uma parlamentar aguerrida convocando para a batalha.
Várias análises, feitas com propriedade aqui neste blog, apontavam toda essa gama de vitória da direita, inclusive apontando a real possibilidade de bolsonaro conseguir se eleger, como advinda do próprio esfacelamento das esquerdas desde que elas relegaram a base ao segundo plano.
Uma força só ganha musculação se o outro lado se fragilizar, nos diz a história, nos diz a física. Tudo o que os pensadores independentes pretendem é demonstrar que sem uma reaglutinação, pela base, das esquerdas, a direita continuará vencendo, cada vez mais, não adianta tampar o sol na peneira.
O poder - fora do poder da união da base (o povo unido jamais será vencido) - sempre esteve com a direita.
Foi uma completa insensatez do petismo se aliar a este grupo de direita, se preferirem podem denominá-lo em mais um enganador eufemismo, de centro.
A derrota de hoje, provocado por esse julgamento insano e político, abre definitivamente a possibilidade de vitória de Bolsonaro, o que é uma perda de controle da direita, um paradoxo, pois se trata de um candidato de postura de extrema direita, nacionalista, que por isso tem seu arcabouço filosófico fora do mercado, o que fez com que seus votos no congresso, na área econômica, se alinhassem às esquerdas.
A derrota de hoje não foi uma derrota política, menos ainda jurídica, foi, mais grave, uma derrota de paradigma, de princípios filosóficos.
A derrota de hoje foi a reconsolidação do modelo "Casa Grande e Senzala", da mesmíssima forma que aconteceu com a derrubada modelo de governança de Getúlio Vargas e João Goulart.
Quanto tempo mais a esquerda precisará para reagrupar as bases e novamente tentar implantar o modelo de agregação e inclusão das classes mais baixas, da redistribuição com vistas a diminuir a distância entre os ricos e a classe média e entre a classe média e a pobreza, a repactuação do país e a consolidação de um projeto de médio e longo prazo que resgatem as empresas nacionais, aí só a história para nos apontar.
Não pensem, os que vestiram amarelo e foram para as ruas, que este texto trata-se de um desabafo de um esquerdista. Basta que vocês perceberem que depois da derrubada de Dilma, que é parte deste processo de guerra de paradigma que o texto aponta, uma série de medidas foram implantadas diminuindo os direitos da classe média, fora disso é cegueira total, é o ódio, é a bílis irrigando o cérebro.
Ótimo texto Assis. Existem vários fatores que corroboram com a derrota da esquerda. E sim, estamos em guerra. O problema do tipo de guerra que vivemos é que não há bombardeios ou tanques nas ruas e nas cidades.
ResponderExcluirA esquerda não se modernizou. Faltou realismo. Faltou, digamos, empreendedorismo. E culhões. Realidades diversas, mas os Chineses não vacilariam como vacilamos. Enfim, abraços.