sábado, 23 de setembro de 2017

Releitura de Pablo Neruda

Plena mulher, maçã carnal, lua quente, 
espesso aroma de algas, lodo e secreção, 
que obscura claridade se abre entre tuas pernas? 
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?

Ai, amar é uma viagem com líquidos e com estrelas, 
com ar opresso e bruscas tempestades neurais:
amar é um combate de relâmpagos e dois corpos
por dois meles derramados.

Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito, 
tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos, 
e o fogo genital transformado em delícia 

corre pelos tênues caminhos do sangue 
até precipitar-se como um cravo noturno, 
até ser e não ser senão na sombra de um raio.

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