sábado, 12 de agosto de 2017

Significado arquetipal da cruz

O significado arquetipal do símbolo da cruz é sempre o da conjunção dos opostos: o eixo vertical (masculino) com o eixo horizontal (feminino); o positivo com o negativo; o homem com a mulher; o superior com o inferior; o tempo com o espaço; o ativo com o passivo; o Sol com a Lua; a vida com a morte; Espírito e matéria, etc.

A união dos opostos é a idéia central contida na simbologia da cruz.

A cruz tem um significado religioso e esotérico para povos tão distintos e tão distantes como os fenícios, persas, etruscos, romanos, egípcios, celtas, peruanos, mexicanos e os indígenas da América Central e do Norte.

A teosofia explica o sentido místico da cruz como sendo originário do dualismo andrógino presente em todas as manifestações da natureza. A cruz significa, assim, a idéia do homem regenerado, aquele que conseguiu integrar harmoniosamente as suas duas partes.

τau

O τau, como significado extrabíblico de perfeição, meta, finalidade última, santo propósito, vitória, ponto de equilíbrio entre forças contrárias. A sua linha vertical significa o superior, o espiritual, o absoluto, o celeste. A sua linha horizontal lembra a expansão da terra, o material, a carne. O τau lembra a imagem do sustentáculo da serpente bíblica: clavada numa estaca como sinal da vitória sobre a morte. Uma vitória mística, isto é, nascer para uma vida superior perfeita e acabada. É cruz vitoriosa, perfeição, salvação, exorcismo. Um poder sobre as forças hostis, um talismã de fé, um amuleto de esperança usado por gente devota sensível.

O τau também simboliza o sentido de experienciar a essência do antagonismo, uma idéia que reside na própria raiz da existência, já que tudo no universo (e no homem) nasce e se desenvolve a partir do choque doloroso de forças antagônicas.

Ankh

A alça oval que compõe o Ankh, sugere um cordão entrelaçado com as duas pontas opostas que significam os princípios feminino e masculino, fundamentais para a criação da vida. Em outras interpretações, representa a união entre as divindades Osíris e Ísis, que proporcionava a cheia periódica do Nilo, fundamental para a sobrevivência da civilização. Neste caso, o ciclo previsível e inalterável das águas era atribuído ao conceito de reencarnação, uma das principais características da crença egípcia. A linha vertical que desce exatamente do centro do laço, é o ponto de intersecção dos pólos, e representa o fruto da união entre os opostos.

É também o símbolo solar egípcio, trata-se da união de dois símbolos, a cruz τau com um círculo, a cruz ansada na realidade é um hieróglifo, significando VIDA ou ATO DE VIVER e formando parte das palavras SAÚDE e FELICIDADE. Como símbolo gráfico, a cruz ansata expressa uma profunda idéia, o círculo como a vida (o espírito) colocando-se na superfície da matéria inerte para vivifica-lo. Também interpretada como O sol, céu e a terra (horizonte - Representado como o traço  transversal). Também interpretada como o homem de braços abertos​.

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