Chegou a hora de nos perguntamos:
- Porque houve um movimento primorosamente articulado para derrubar Dilma e colocar Temer, e agora se organiza a guilhotina contra Temer?
- Quais os setores da sociedade que estavam na articulação contra Dilma e quais estão contra Temer?
A metodologia em ambos os casos apresentam algumas semelhanças:
Uttilização da técnica de trabalhar o amadurecimento e a consolidação do desgaste através de uma narrativa diária e agressiva patrocinada pela Globo, reforçada por vazamentos seletivos do Ministério Público, a imobilidade judicial com ares de suspeição e o forte apelo moral para o deleite dos moralistas de plantão.
No movimento de frente, a mídia.
Contra Dilma houve a unificação dos ataques por parte de toda a imprensa chamada hegemônica, e da ideia de que o "mercado" seria o aglutinador do golpe.
Contra Temer, mesmo realizando tudo o que o mercado quer, ainda assim a rede Globo faz campanha diária para derrubá - lo.
Afinal, qual o centro da articulação que derrubou Dilma e tenta golpear Temer?
Se Temer acata caninamente o que quer o mercado, então não seria este o agente central do golpe.
Temer demonstrou que sabe muito bem dialogar com o congresso, abrindo os cofres a cada uma das necessidades dos parlamentares e, assim, conseguindo aprovar tudo o que quis. Então, o congresso também não é o agente central.
Apoiando qual agente, a Globo se arriscaria a propagandear a derubada de dois governos seguidos e dentro de uma mesma legislatura?
Se não havia, nos dois governos, a guerra fratricida entre os ministérios, se no governo Temer há uma calmaria na sua ampla maioria parlamentar, qual dos poderes poderia estar forçando a barra para se tornar o detentor do protagonismo do país?
Para os que estudam Ciência Política e Direito e para os que acompanham a cena diária do país há de ser atentar para o que se chama de era do judiciário, ou como Luís Roberto Barroso, atual ministro de STF, definiu:
"Nos últimos anos, o Supremo Tribunal Federal tem ocupado um espaço relevante no cenário político e no imaginário social. A centralidade da Corte e, de certa forma, do Judiciário como um todo, não é peculiaridade nacional. Em diferentes partes do mundo, em épocas diversas, tribunais constitucionais tornaram-se protagonistas de discussões políticas ou morais em temas controvertidos. Desde o final da Segunda Guerra, em muitas democracias, verificou-se um certo avanço da justiça constitucional sobre o campo da política majoritária, que é aquela feita no âmbito do Legislativo e do Executivo,"
Entramos no governo do judiciário, ou na "Ditadura do Judiciário", que tanto se temia?
"Entramos no governo do judiciário, ou na "Ditadura do Judiciário", que tanto se temia?"
ResponderExcluirAinda não. Mas a ela se chegará porque de fato a ditadura não é do Judiciário e sim do Sistema Globo em uso, ou pior, em abuso do dito poder.