Os castelos caem, um à um, em sequência; executivo,
legislativo e judiciário. Não só a política está sendo desnudada, a Justiça tem sido seriamente questionada por seus próprios pares e
terminará por resvalar para a sociedade. Desabam as versões
manipuladoras da mídia; jornalistas desmoralizados.
O processo de depuração finalmente chegou Brasil. Todos os
países democráticos a experimentaram. É necessário e imprescindível para
se clarear e esclarecer para toda a população as entranhas malcheirosas
das instituições que um dia nos foram ditas serem democráticas.
Não poderia ser de outra forma, após a entrada no poder de
um partido popular que representa a classe trabalhadora e os os mais
pobres, que a estrutura carcomida fizesse com que as instituições se
voltassem contra elas mesmas.
Isso se chama implosão, e ocorre sempre que a estrutura
viciada, frágil e carcomida sofre qualquer mínimo abalo que fazem cair
todos os pilares sucessivamente.
Enquanto a elite política conservadora conduzia os
interesses dos real detentor do poder em países não democráticos, o
capital, era fácil esconder as fraturas provocadas por interesses
contrariados e remendá-las.
Com o apoio de um dos braços do capital, a grande mídia,
era fácil esconder toda série de irregularidades que praticadas em
países não democráticos.
Não estranhem a referenciação do Brasil como um país não democrático.
É isto mesmo, e faz parte da depuração, desfraldar o
eufemismo que o ocidente criou para ludibriar as populações dos países
periféricos - espoliados - dominados pelo capital:
democracias em desenvolvimento.
Países são democráticos, ou não são.
Não se pode considerar democrático um país que interrompeu,
de forma violenta, todos os governos eleitos com propostas de inclusão,
de redistribuição de renda, de melhoria dos serviços públicos mais
diretamente ligados à parte mais carente da sociedade, como o de
transportes, saúde e educação.
Não se pode considerar democrático um país que nunca
desenvolveu uma política de social - democracia. País democrático
prescinde de serviços públicos de qualidade minimamente razoável.
A depuração irá fazer emergir todo o esgoto do padrão
colonialista que sobrevive desde a nossa invasão pelos portugueses. As
castas serão desmascaradas.
Os processos são longos, interrompidos muitas vezes, até desabrochar algo verdadeiramente novo.
O processo veio à tona com os tiros desferidos pela culatra
pela armas da nossa elite; a manipulação por parte da imprensa dos
movimentos de junho de 2013.
Os representantes do capital se apropriarem das
manifestações iniciais, expulsando o MPL - Movimento do Passe Livre - e
substituindo - o pela classe média, chapada pelo chamamento da mídia,
não perceberam a culatra aberta ao desferirem os tiros contra o governo
popular.
O desespero pelo andamento de políticas sociais por três
mandatos e a arrogância de quem se acha insubstituível e eterno não
permitiu aos atiradores perceberem que as temáticas sociais do movimento
- transporte, saúde e educação - era da seara da esquerda, e que
colocando essas bandeiras nas mãos da classe média conservadora iria
alimentar nela o desejo de melhorias naquilo que ela sempre acreditou se
tratar de bandeira, portanto de interesse, dos mais pobres. No jargão
futebolístico "deixou o adversário jogar e ele começou a gostar do
jogo".
Essas três bandeiras representam todo o principal pavimento da disputa esquerda X direita.
São a educação, a saúde, e o direito de locomoção com
qualidade, as plataformas da dignidade e à partir delas se forma uma
população com sangue de cidadania nas veias.
Foi curioso e interessante ver a classe média tradicional
nas ruas brandindo cartazes e faixas por melhorias dos serviços sempre
renegados por ela própria.
Os movimentos atingiram, como queria a braço mídia, o
executivo, mas, como serviços públicos são regulamentados pelo poder
legislativo, terminarem por atingir em cheio os membros do legislativo
que aguardavam como hienas o abate do governo.
Primeiro começou a ruir o governo. Depois a casta política
legislativa aderente ao golpe, desmascarados como principais
negociadores da corrupção e desmoralizados dentro do processo judicial
que eles mesmos abanaram.
No desmonte da estrutura arcaica das nossas instituições,
seus representantes são questionados pelos próprios representados como
aconteceu com o presidente da OAB que apoiando o movimento golpista foi
emparedado pelos seus pares. Juízes, mesmo tendo um forte espírito
corporativo, questionam exageros seus pares, a judicialização do
política, e muito mais. As recentes disputas pueris entre o Ministério
Público e o STF reforçam a falência de todos as nossas instituições.
Jornalistas dos grandes veículos são desmoralizados em suas mentiras e
manipulações.
A sociedade foi impulsionada a se reformular. Não há volta.
Podem tentar, mais uma vez na nossa história, manipular a verdade, mas como diz Arthur Schopenhauer:
"Toda verdade passa por três estágios:
No primeiro, ela é ridicularizada.
No segundo, é rejeitada com violência.
No terceiro, é aceita como evidente por si própria."
No primeiro, ela é ridicularizada.
No segundo, é rejeitada com violência.
No terceiro, é aceita como evidente por si própria."
Adaptando sua constatação ao caso brasileiro em tela,
Toda verdade passa por três estágios:
- Primeiro a democracia (todo poder emana do povo...) brasileira, foi ridicularizada.
- Segundo, foi rejeitada com a violência dos golpes.
- Terceiro, por fim será aceita por si própria.
- Primeiro a democracia (todo poder emana do povo...) brasileira, foi ridicularizada.
- Segundo, foi rejeitada com a violência dos golpes.
- Terceiro, por fim será aceita por si própria.
Essa implosão das nossas instituições precisará ser total, para depurar e finalmente reformular a sociedade brasileira.
O medo de alguns dos nossos pensadores progressistas em ver
as entranhas expostas favoreceram a permanência do modelo espoliador da
nossa riqueza e do nosso povo. É preciso mais coragem para quebrar as
amarras.
Finalmente chegou o momento de ruptura. Não será mais possível mantermos o modelo "casa grande e e senzala".
Você escolhe o seu lado na história.
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